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Domingo, 29 de dezembro de 2024

Vacina contra HPV, principal causador do câncer do colo do útero, será oferecida pelo SUS

13/01/2014
A vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), principal causador do câncer de colo de útero, será distribuída gratuitamente na Campanha de Vacinação deste ano pela primeira vez. Na rede privada, cada uma das três doses da vacina custa entre R$ 300 e R$ 400. A partir de março, 15 milhões de doses serão aplicadas em pré-adolescentes do sexo feminino entre 11 e 13 anos de todo o Brasil. Em 2015, a oferta se amplia e atende também as meninas de 9 e 10 anos.

A partir de março, 15 milhões de doses serão aplicadas em pré-adolescentes do sexo feminino entre 11 e 13 anos de todo o Brasil. Em 2015, a oferta se amplia e atende também as meninas de 9 e 10 anos.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram investidos R$ 465 milhões na compra das vacinas, quantidade suficiente para imunizar 5 milhões de pré-adolescentes. A escolha da faixa etária do público-alvo justifica-se pelo maior potencial de produção de anticorpos contra o vírus por organismos ainda jovens. Outro motivo é atingir quem ainda não iniciou a vida sexual e fazer da campanha o primeiro passo de conscientização, orientação e proteção a futuras mulheres e consequentemente também homens.

O médico José Costa Eleutério, vice-presidente da Sociedade Cearense de Ginecologia e Obstetrícia, aconselha que mesmo as mulheres mais velhas e que já tenham iniciado a vida sexual também procurem se vacinar, ainda que na rede particular. "Se a mulher foi infectada, dificilmente terá sido pelos quatro vírus", explica o especialista.

Ele se refere aos quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18), cuja proteção é feita pela vacina quadrivalente distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, segundo tipo de tumor que mais atinge mulheres, atrás apenas do câncer de mama.


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Além disso, o ginecologista ressalta que metade das pessoas infectadas não produzem células de memória do contato com o vírus, o que significa que não podem produzir anticorpos que reconheçam o agente maligno em caso de encontrá-lo no organismo e, assim, proteger-se. "Com a vacina, a resposta é muito mais robusta do que a proteção natural", garante o médico. "A possibilidade de ter contato com o HPV até os 50 anos é de 80%", acrescenta. Fora atuar como agente principal no desenvolvimento do câncer do colo de útero, o vírus pode causar câncer de vagina, vulva, pênis e ânus, além de verrugas genitais.

De acordo com o especialista, o período de proteção oferecido pela vacina é de 12 anos em média. A projeção das últimas pesquisas aponta que, caso seja necessária uma dose de reforço, a aplicação acontecerá 20 anos após a primeira inoculação. A recomendação dos profissionais da saúde é que cada menina receba três doses da vacina para estar imunizada contra o HPV. Após a primeira, a segunda deve ocorrer em dois meses e a terceira, em seis.

Apesar disso, segundo a assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o calendário disponibilizado pelo Ministério da Saúde apresenta datas bem distintas. A primeira aplicação foi estabelecida para o período entre 10 de março e 10 de abril nas escolas públicas e privadas. A segunda etapa de proteção acontece nas Unidades Básicas de Saúde de 1º a 12 de setembro, ou seja, seis meses após a primeira dose. A terceira estará somente disponível nos postos 60 meses (cinco anos) após a primeira.