A companhia aérea russa Aeroflot cancelou seu pedido para 22 aeronaves Boeing 787. Com 556 exemplares no seu livro de pedidos, a Boeing ainda tem pouco mais de três anos de atividade de fabricação para o jato de longo alcance.

 Segundo a Reuters, o cancelamento não foi anunciado ou tornado público pela Boeing ou Aeroflot. De fato, foi retirado dos dados mensais de pedidos da Boeing.

Os 22 Boeing 787s encomendados pela Aeroflot e pela Avia Capital Services sumiram do site de encomenda da montadora nos EUA. A companhia aérea russa assinou este contrato em 2007 e permaneceu com o pedido de Boeing 787-8 desde então, transformando quatro deles em 787-9.

Em 2015, a Aeroflot já havia tentado cancelar esse pedido sem sucesso. Daí a decisão de transferir “todos os direitos e obrigações” do contrato para a Avia Capital Services, uma subsidiária do conglomerado estatal russo Rostec.

Em agosto passado, a Avia Capital Services, que havia encomendado 35 Boeing 737 MAXs, entrou com uma ação contra a fabricante americana por “esconder informações críticas sobre a segurança dessas aeronaves”. A Avia Capital Services reivindicou US$ 115 milhões em danos compensatórios e várias vezes a mesma quantia por “danos punitivos”.

A Boeing tem dezenas de slots de 787 por vender ou com perspectiva de ficarem vazios em sua linha de produção depois de 2022. O número exato de posições vagas na linha de produção depende da capacidade da montadora de atrair os pedidos prometidos pelas companhias aéreas, dados que são confidenciais.