Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Segunda, 14 de Outubro de 2024

Por que a Avianca e a holding de mesmo nome seguem separadas

12/12/2018

A companhia aérea Avianca Brasil acaba de pedir recuperação judicial e enfrenta riscos de devolver parte de suas aeronaves arrendadas, por atrasar pagamentos a seus credores.

Já a Avianca, companhia aérea colombiana, acaba de firmar uma parceria com a United Airlines para compartilhamento de voos e rotas.

As duas empresas aéreas operam de forma completamente distinta, embora tenham o mesmo nome, o Synergy Group como controlador, e façam parte da mesma aliança global, a Star Alliance.

Também têm a mesma família no comando. José Efromovich é presidente do conselho administrativo da Avianca Brasil e membro do conselho de administração da holding Avianca. Seu irmão, Germán Efromovich, é presidente do conselho da holding Avianca.

 

No entanto, as duas estão em momentos distintos. Já tentaram negociar uma fusão, mas a união entre as companhias aéreas foi, mais uma vez, adiada.

A Avianca Brasil é a quarta maior do mercado nacional e tem participação de mercado de quase 14%. No entanto, a empresa afirma que sofreu com a crise econômica e com o aumento do preço do combustível, um de seus principais custos. Segundo ela, o combustível foi afetado pelo câmbio e pela greve dos caminhoneiros.

Por não conseguir pagar credores, a aérea sofre pressão para devolver aviões em arrendamento. “Havendo a efetiva reintegração na posse das 14 aeronaves, isto representará uma redução aproximada de 30% da frota, o que inviabilizará o atendimento aproximado de 77.000 passageiros, entre 10 e 31 de dezembro de 2018, que adquiriram as passagens aéreas, o que ocorrerá em período de alta temporada”, escreve a companhia em seu pedido de recuperação judicial.

Já a holding colombiana está em outro momento.  A United Airlines fechou, no início do mês, uma parceria com a Avianca e a Copa Airlines. Entre os novos serviços oferecidos, estão novas rotas sem escala e redução no tempo de viagens. O Brasil e a operação da Avianca Brasil não foram incluídos nesse acordo.

As empresas, que sempre atuaram de forma separada, planejam uma fusão há anos.

As duas montaram, em 2017, um grupo de trabalho para estudar a união dos negócios — é o terceiro em sete anos. Os planos, no entanto, foram postergados por mais 18 meses em abril.

Separadas, as companhias correm o risco de competirem entre si. Com a expansão internacional da Avianca Brasil, que em 2017 iniciou voos para Miami e Santiago, as duas empresas podem passar a concorrer no mercado regional no futuro.