A esperança de novos ventos para o turismo no Líbano aterrissou no aeroporto internacional de Beirute a bordo de um Airbus A380, da Emirates. Foi a primeira vez que o superjumbo, que pode transportar 490 passageiros, pousou na capital libanesa. O voo, oriundo de Dubai, serviu para a companhia aérea testar se o aeroporto tem capacidade para receber aeronaves deste porte regularmente, já que, desde 2017, o turismo no Líbano iniciou um processo de renascimento.

No ano passado, segundo o Ministério do Turismo, o país recebeu 1,85 milhão de visitantes - o maior número desde 2010, quando 2,16 milhões de viajantes estiveram no Líbano. O recrudescimento da guerra na vizinha Síria, a partir de 2011, espantou os turistas que escolhiam Beirute e outras cidades libanesas como destino de férias. No período mais intenso de conflitos, com a perspectiva de que a violência ultrapassasse as fronteiras sírias, praticamente apenas cidadãos libaneses, que moravam ou trabalhavam no exterior, continuaram viajando para o Líbano.

Hoje, há nove vôos diários entre Dubai e Beirute, operados por três diferentes companhias aéreas. A chegada do superjumbo dá novo fôlego à indústria do turismo, que, segundo o World Travel and Tourism Council, representa 19% do PIB do Líbano.

As autoridades libanesas, inclusive, já fazem planos para remodelar o aeroporto de Beirute. Projetado para receber seis milhões de passageiros por ano, ele recebeu oito milhões em 2017, provocando longas filas na imigração e acendendo a luz amarela para as operadoras de turismo e as empresas de aviação. O governo e a principal companhia aérea do país, a Middle East Airlines, analisam dois projetos - com orçamentos que variam entre U$ 88 milhões e U$ 200 milhões - com o objetivo de expandir a capacidade para dez milhões de passageiros até 2020.