Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 12 de Outubro de 2024

Ruy Sant’Anna: "Cia. aérea: risco de pagar por xixi ou fraldão"

22/03/2018

A Anac e as companhias aéreas brasileiras, como o Congresso Nacional, vivem afastadas da realidade. As surpresas desagradáveis para os usuários e povo em geral surgem constantemente. De cara, tiraram o serviço de bordo gratuito e enfiaram goela abaixo a venda de lanches.

Veja o que é uma contradição no setor das empresas aéreas brasileiras. Lembro que, antes, o máximo de peso permitido para as bagagens de mão era 5 kg. As companhias argumentavam que uma mala com maior peso poderia causar ferimentos aos passageiros em caso de turbulência. Certo? Comprovadamente, isso foi negado pelas próprias companhias aéreas.

Na verdade, que se dane o passageiro, hoje passou para 10 kg o que seria um absurdo no “argumento” anterior. Imagine uma turbulência capaz de abrir os bagageiros lotados e com malas pesando mais de 10 kg, já que a maioria delas não tem conferidos seus pesos?

O próximo será o mictório, ou você segura o xixi, paga para usar o banheiro ou opta para comprar fraldão. O uso do mictório dentro das aeronaves não está incluído na taxa de embarque, somente dentro do aeroporto… E o fraldão está aí, é só incluí-lo para venda. Não duvido que alguma empresa aérea passe a ofertar fraldões a preços módicos, e daí em diante se estabeleceria a concorrência. Para a Anac e cias. aéreas, o povo é coisa pequena, mixuruca, sem importância. Mesmo pagando pelo seu prejuízo financeiro, desconforto e insegurança.

Pesquisas não oficiais mostram que os preços oscilam, mas não caem, ao contrário, seguem aumentando e deixando parcela significativa da população sem acesso ao avião. Afinal, isso é ou não é um deboche? E o saneamento desse lixo autoritário não tem fim porque a qualquer momento pode surgir uma resolução metida a besta contra o Código de Defesa do Consumidor. Como a que fizeram com o “pode, não pode” das malas despachadas ou as de mão. Não fosse o MPF/SP, esse abuso ainda existiria. Ou teremos uma readequação do direito à civilidade sem exploração dos usuários das aeronaves? A Anac tem lindos objetivos econômicos e sociais, que não cabe aqui os analisar pelo pouco espaço.

A justificativa das mentes “brilhantes” e vaidosas que comandam as cias. aéreas brasileiras e que só pensam em resultado financeiro a curto prazo é de que em outros continentes essa prática é normal. Assim, as “mentes brilhantes” copiam sistemas que confundem e tiram dinheiro de passageiros brasileiros e não lembram que o Brasil é imenso e tem grande desigualdade social. As estradas são esburacadas e o perigo de ser abalroado por maus motoristas é grande, além das viagens urgentes, nada disso foi lembrado. Visão abusada de executivos que pensam no lucro e se esquecem do passageiro. Percebe-se até que algumas cias. fazem disputa para ver quem atende pior, com suas “pegadinhas”.Que se dane o povo para se adaptar. 

O que digo aqui é que, mesmo sem uso constante de aviões comerciais, não descuido de amigas, amigos, familiares, parentes, comerciantes e empresários que sofrem e estão sujeitos aos abusos das Companhias Aéreas Brasileiras e da Anac que pode criar resoluções absurdas. A reclamação é importante. Não temos o direito de vivermos só de olho em nossos umbigos. Experimente, como fiz há alguns dias, checar a necessidade de viajar para uma cidade do interior de outro estado e verá que seus dotes, que seja de mágico ou atleta olímpico, não terão valor para conseguir alguma vantagem financeira e de rapidez para ir e voltar. 

A Nação somos nós. Assim, na esperança de que surjam reações positivas para conter mais essa ganância de maus brasileiros, dou-lhe hoje o bom dia, o meu bom dia pra você.