Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 21 de Setembro de 2024

Aves próximas a aeroporto preocupam autoridades de Rio Preto

26/10/2012

 

Os pássaros se tornaram uma preocupação para quem opera no tráfego aéreo. São tantos os casos de choque de aves com aviões que foi criada uma lei que prevê uma área de segurança ao redor dos aeroportos de todo o país. Em São José do Rio Preto (SP), neste ano, 30 aves já se chocaram com as aeronaves durante o pouso ou a decolagem.
 
No aeroporto de Rio Preto elas estão por toda parte. Seja voando, ou tranquilas, a poucos metros da pista de pouso e decolagem. “É frequente ter quero-quero, urubu, bem-te-vi, dentre outras espécies como gaviões”, afirma o piloto e instrutor Gabriel Costa.
 
Assim, de longe, as aves são inofensivas. Mas uma colisão com aeronaves de qualquer tamanho pode colocar o voo em risco. “Independentemente do tamanho do pássaro, dependendo do local que ele entrar, como no motor, o dano é inevitável. A gente pode ter perda de sustentação, falha no motor, que daria início ao procedimento de emergência”, afirma Costa.
 
A probabilidade dos aviões se chocarem com as aves se dá principalmente nas decolagens ou quando as aeronaves se aproximam do solo. De acordo com o Cenipa, o órgão que fiscaliza a segurança dos voos em todo o país, somente no ano passado, no aeroporto de Rio Preto, foram registradas 30 colisões entre aves e aviões.
 
E este não é um problema recente no terminal da cidade. Em março de 2007, um avião que saiu de São Paulo com destino a Rio Preto e transportava secretários estaduais e o procurador-geral do estado bateu em um urubu quando tentava pousar. Apesar do susto, ninguém ficou ferido. Em agosto de 2009, outra vez um urubu atingiu a aeronave que se preparava para pousar. O acidente provocou um atraso de mais de duas horas no embarque dos passageiros.
 
Para tentar evitar o aumento desses índices foi criada uma lei. Ela prevê uma área de segurança com um raio de 20 quilômetros em torno da pista. Nesta região, qualquer atividade para o uso do solo deverá ser analisada pelas autoridades ambientais. A multa para quem descumprir a medida vai até R$ 1,2 milhão.
 
A lei ainda diz que as aves que colocam em risco a operação das aeronaves poderão ser abatidas desde que isso não afete o equilíbrio ambiental. Em Mirassol (SP), ao lado do aterro sanitário, há um descarte irregular de entulho, que fica há menos de 20 quilômetros do aeroporto de Rio Preto. A Cetesb já exigiu que a prefeitura tome providências para acabar com problema. No local não há cerca, portões ou vigias, ou seja, qualquer pessoa consegue fazer o descarte de lixo. Os entulhos podem atrair aves que causam transtornos ao aeroporto.
 
A prefeitura de Mirassol informou que já está trabalhando para resolver o problema no aterro, e que vai cumprir o prazo determinado pela Cetesb.