EUA apuram o "Caso do Incrível Encolhimento" de assentos
01/08/2017
Uma ação do grupo Flyers Rights (Direitos dos Passageiros, em português) quer fazer com que as autoridades dos Estados Unidos revejam a decisão de não regular o tamanho dos assentos das companhias aéreas como um item de segurança. O pedido foi atendido por um tribunal de apelação, que apelidou fato de "Caso do Incrível Encolhimento dos Assentos Aéreos".
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos é, ao lado das companhias aéreas, o principal alvo do Flyers Rights. O grupo de consumidores afirma que a diminuição e aproximação dos assentos para que caibam mais pessoas nas aeronaves pode causar, além de desconforto, lentidão em possíveis evacuações. Além disso, também alegam que os viajantes tendem a desenvolverem coágulos nas veias devido ao aperto durante as viagens.
A diminuição do espaço entre fileiras de aviões não ocorre apenas nas aéreas dos Estados Unidos, mas por lá é bastante notório. Segundo o The Guardian, a low cost Spirit Airlines tem um pitch (espaço entre um descanso de cabeça e o da frente) de 71 centímetros. Já a American Airlines planejava a encomenda de novos B737 com 74 centímetros, mas, após a notícia vazar e a empresa receber diversas queixas, a medida foi aumentada para 76 centímetros – ainda abaixo da medida atualmente praticada pela empresa.
O grupo de consumidores ainda reclama do "encolhimento" lateral das poltronas, que teria passado de 47 centímetros de largura para 43 em uma década.
A AÇÃO
Realizado na capital de Washington, o painel de apelação contou com três juízes, que concluíram em levar a discussão adiante. Segundo eles, a FAA se baseou em estudos desatualizados ou irrelevantes para definir que o espaço dos assentos era uma questão apenas de conforto, e não de segurança. A decisão foi enviada à entidade governamental, que precisará se apresentar para discutir as fundamentações da decisão que hoje habilita os assentos das aéreas norte-americanas.
Porta-voz da AFAA, Ian Gregor afirma que a discussão de regulamentar o tamanho dos assentos já é conversada internamente na Administração. O executivo, porém, afirma que todas as linhas do avião são testadas para garantir a evacuação segura dos passageiros em uma situação de emergência, descartando assim uma das acusações do Flyers Rights.
A discussão agora está nas mãos do Tribunal, mas pode ser levada ao congresso caso não haja uma definição final. No ano passado, o senador Charles Schumer já denunciou o "encolhimento" dos assentos dos aviões, comparando os passageiros a sardinhas.