Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quinta, 10 de Outubro de 2024

EUA e UE recuam na proibição de eletrônicos em voos

01/06/2017

EUA e UE recuam na proibição de eletrônicos em voos

 

Nas últimas semanas, os funcionários do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos divulgaram na mídia a intenção do governo de proibir dispositivos eletrônicos nas cabines de voos entre a Europa e os EUA. Em 17 de maio, no entanto, após uma reunião realizada em Bruxelas, autoridades americanas e da União Europeia (UE) decidiram não pôr em prática a proibição.

Segundo o Departamento de Segurança Interna, os dispositivos eletrônicos maiores do que um smartphone, como tablets e laptops, teriam de ser despachados como bagagem. O governo dos EUA, assim como o do Reino Unido, havia imposto restrições semelhantes em voos de alguns países do Oriente Médio em março, em razão de suspeitas de agentes de inteligência de um atentado terrorista, talvez por iniciativa do Estado Islâmico (Isis).

Não houve uma explicação clara para a mudança de planos. As companhias aéreas haviam reclamado que as opções alternativas de segurança, como o exame mais minucioso dos passageiros e das bagagens de mão, não tinham sido totalmente exploradas. A controvérsia a respeito da quebra de sigilo de informações confidenciais sobre o risco do uso de laptops por jihadistas do Isis a bordo de aviões feita por Donald Trump ao ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na segunda semana de maio, pode ter influenciado a decisão de liberar o uso de dispositivos eletrônicos nas cabines de aviões.

As companhias aéreas têm bons motivos para se preocuparem com a proibição de laptops e tablets. Segundo a IATA, cerca de 31 milhões de passageiros fizeram o trajeto entre a Europa e os EUA no ano passado. Executivos que viajam a negócios aproveitam o tempo de voo para trabalharem em seus laptops. Além disso, muitas empresas proíbem que os funcionários despachem os computadores por medo de roubo ou perda de informações importantes. Após a proibição em alguns países do Oriente Médio, a companhia aérea Emirates diminuiu em um quinto os voos para os EUA.

De acordo com estimativas da IATA, os passageiros em viagens de negócios perderiam cinco horas de trabalho por voo, o que acarretaria um prejuízo de cerca de US$655 milhões às empresas onde trabalham. O secretário de Segurança Interna dos EUA, John Kelly, sugerira a leitura de um bom livro para aproveitar as horas ociosas dos voos. Por enquanto, sua sugestão ficará em compasso de espera.