Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quarta, 09 de Outubro de 2024

Aviação doméstica encolhe 5,5% e perde 7 milhões de passageiros

02/03/2017

O ano de 2016 não foi nada fácil para o Brasil. Diversos setores sofreram com a crise econômica e o mercado de aviação foi um deles. Um ano obscuro em todos os segmentos da aviação geral, empresas aéreas reduziram frotas, poucas contratações de pilotos e os variados cortes de gastos em empresas do ramo resultaram no aumento do desemprego em diversas áreas como manutenção e mecânica de aeronaves. Em 2015, já se falava que o ano seguinte não seria um dos melhores dentro deste setor, no entanto, especialistas apostam na recuperação do transporte aéreo no Brasil e 2017 deve ser visto com mais otimismo e confiança.

No período de janeiro a dezembro de 2016, na comparação com o mesmo intervalo de 2015, a aviação doméstica brasileira registrou retração da demanda de 5,47%, diminuição da oferta de 5,74% e um total de viagens 7,45% mais baixo (a soma de passageiros embarcados foi pouco superior a 87,6 milhões).

Com a oferta recuando um pouco mais do que a demanda em 2016, o fator de aproveitamento dos voos teve leve alta de 0,23 ponto percentual, fechando em 80,14% de ocupação.  Os resultados são referentes à compilação das estatísticas das empresas integrantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) – Avianca, Azul, Gol e Latam.

“A procura por voos domésticos e o número de passageiros transportados estão em redução há 17 meses consecutivos. O desfecho desse ano não teria como ser diferente”, recordou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. “Esses resultados são reflexo direto da crise econômica no País, de uma postura de cautela com os gastos por parte do consumidor comum e do recuo das atividades das empresas. Isso reforça a urgência da implantação da agenda de correção de distorções do setor e de retomada do crescimento. É preciso avançar com a diminuição dos custos do setor: a revisão da precificação do combustível de aviação e a tributação do ICMS nos voos doméstico. É imprescindível aprovar o novo conjunto de regras de diretos e deveres de companhias aéreas e passageiros, alinhando nossa realidade ao restante do mundo, atraindo investimentos e possibilitando a oferta de passagens ainda mais baratas, que caibam no bolso de todos os consumidores”, destacou o executivo.

O Brasil possui uma representação significativa quando falamos sobre a aviação executiva. O País representa, sozinho, 5% do mercado mundial de aviação executiva, ao passo que a América Latina como um todo representa 7%. A Embraer encerrou o ano de 2016 com 108 aeronaves entregues para o mercado de aviação comercial e 117 para o mercado de aviação executiva. É essencial a presença de um evento no Brasil com a visão de mostrar como a aeronáutica no Brasil se desenvolveu nas áreas da aviação militar e civil por meio da integração da indústria com a atividade acadêmica, e dos centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, e dessa forma, propagar a credibilidade existente no país e discutir os desafios e oportunidades do setor na América Latina.

Com a missão de fomentar discussões e promover negócios entre os setores envolvidos com o objetivo de dinamizar este mercado gerando valor e liderança para o setor na América Latina, nos dias 29 de março à 2 de abril acontecerá, na maior pista de pouso e decolagem do Brasil, RIOgaleão – Aeroporto Internacional Tom Jobim, o International Brazil Air Show.

O IBAS é o maior evento do País voltado para a aviação com o objetivo principal de mostrar como o Brasil tem uma longa tradição aeronáutica e possui uma excelente capacitação tecnológica em seus centros de pesquisa e uma longa tradição como construtor aeronáutico, além de reunir em um só lugar os maiores players do setor de aviação civil e militar, infraestrutura aeroportuária, defesa, instalações, segurança interna, manutenção de aeronaves e tecnologia espacial.