Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quarta, 09 de Outubro de 2024

Uma aposta de US$ 65 mi em cuidados de animais em viagens

14/02/2017

(Bloomberg) -- A viagem de animais de estimação em companhias aéreas é muito regulamentada, assim como a dos humanos. A maior diferença é que as normas para os bichos procuram tornar a viagem mais confortável, e não menos. Uma das regras recentes exige que os aeroportos tenham "banheiros" internos para os animais.

Mas em uma época em que 80% dos donos de animais se referem a eles como filhos, ainda há muita margem para melhorar, tanto no voo quanto no solo.

No Aeroporto JFK, The Ark (a arca), um novo serviço de US$ 65 milhões em um terminal de mais de 16.535 metros quadrados, é um passo para melhorar a experiência antes da decolagem.

O espaço terá uma piscina rasa, canil para passar a noite e serviços de microchip para monitorar os animais antes do voo. Mais à frente, esse serviço, o primeiro do tipo nos EUA, também terá um spa para os bichos.

Em certo sentido, o The Ark está fazendo é agilizar, mais do que revolucionar, o processo de viajar com animais. Os dois principais serviços para cachorros que oferece --acompanhar os animais na alfândega e no embarque, e cuidar deles durante as escalas, quando necessário-- já existem, mas não são tão eficientes.

"Pode ser uma situação complicada, em que o dono de um animal desembarca de um voo, vai ao terminal de carga, passa pela alfândega e pelo controle de fronteira e faz tudo sozinho", disse Elizabeth A. Schuette, diretora administrativa de The Ark (seu marido, John J. Cuticelli Jr., é o incorporador do projeto). "É um grande esforço."

The Ark se apresenta como um serviço completo. "Podemos passar pela alfândega em nome dos donos ou usar um despachante de alfândega", disse Schuette. "Isso significa mudar o processo e defender melhorias."

Exceto por alguns poucos casos notórios, os animais de estimação conseguem sobreviver bem às escalas. A maioria das companhias aéreas tem áreas destinadas a eles, conhecidas no setor como AVI (abreviatura da expressão francesa "animaux vivant", ou seja, animais vivos). Mas Schuette destacou possibilidades de melhora: animais de países exóticos, por exemplo, nem sempre passam por quarentena.

"Geralmente as condições de biossegurança não são cumpridas", disse Schuette. "E às vezes a aérea cobra uma comissão de serviço que pode chegar a US$ 75". Como The Ark está criando seu próprio mercado, os preços são bastante razoáveis, disse ela.

Apesar de suas comodidades mais elaboradas, Schuette espera convencer os donos de animais e as companhias aéreas de que The Ark oferece um serviço racional, e não uma extravagância. "Estamos procurando as empresas aéreas, nos reunindo com elas e conversando sobre a melhor maneira de tratar esses animais", disse ela.