Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Domingo, 29 de dezembro de 2024

TAM está a redefinir regras do jogo no transporte aéreo interno no Brasil

27/09/2012

 

A TAM, maior companhia aérea brasileira, voltou em Agosto a ganhar quota de mercado no transporte aéreo interno no Brasil pela via da subida acentuada da ocupação dos aviões, que neste mês disparou 10,2 pontos, para 74,4%, de acordo com os dados publicados ontem pela autoridade aeronáutica brasileira, ANAC.
 
A ocupação não é a única variável que conta e os dados da ANAC não tratam das questões de preços, mas uma subida tão forte da ocupação como a que a TAM teve em Agosto, depois de uma subida igualmente acentuada em Julho (+8,5 pontos, para 81,4%) indica que a companhia brasileira do Grupo Latam está a redefinir as regras do jogo...e já com resultados.
 
Em Julho, face a uma ligeira redução da capacidade, em 1,4%, a TAM teve um crescimento do tráfego doméstico em 10,1%, pelo que não só subiu a taxa de ocupação, com reforçou a sua quota de mercado, que passou de 41% para 41,9%. E em Agosto, a situação repetiu-se: apesar de uma redução da capacidade em 2,8%, a TAM teve um aumento do tráfego transportado em 12,6% e ganhou 2,1 pontos de quota de mercado, para 40,6%.
 
Depois meses a fio a perder quota de mercado, a TAM não só está a inverter essa tendência, como a fazê-lo por via de uma melhor utilização da capacidade que coloca no mercado, restando saber se com melhor rentabilidade.
 
E tal como antes, quando a TAM ia perdendo quota de mercado, havia ganhadoras, também agora há companhias que começam a ter efeitos ‘colaterais’.
 
A mais notória é a Azul, a nova companhia que rapidamente se afirmou no mercado e foi conquistando consecutivamente mais espaço, o que, aliás, prossegue, pois ainda em Agosto subiu a quota de mercado em 0,7 pontos, para 9,8%.
 
A questão é que ao inverso da TAM, a Azul aumenta mais a capacidade (+26,8%) do que consegue aumentar o tráfego transportado (+15,2%), o que a ter uma queda da taxa de ocupação dos voos em 7,6 pontos, para 75,1%, ainda assim melhor do que a média do sector, que foi de 72,8%.
 
A principal perdedora em Agosto voltou a ser, assim, a GOL, segunda maior companhia aérea brasileira, que perde 4,8 pontos de quota de mercado, para 34,1%.
 
A GOL também teve uma melhoria expressiva da taxa de ocupação, em 2,7 pontos, para 72,3%, mas ao invés da TAM, apenas por redução da capacidade colocada no mercado, que baixou 9,8%, ‘acomodando’ uma queda do tráfego em 6,3%.
 
Incluindo os voos internacionais, em que a TAM transporta 89,8% do tráfego que voa em companhias brasileiras, e a GOL os restantes 10,2%, o Grupo TAM atingiu em Julho uma quota do tráfego total de 51,9%, melhor 0,9 pontos que no mês homólogo de 2011, com crescimento do tráfego em 6,3% face a uma redução de capacidade em 2,9%, o que lhe deu um ganho na taxa de ocupação de 6,6 pontos, para 77,1%.
 
A GOL, sua principal competidora, pelo contrário, teve uma queda da quota do tráfego total doméstico e internacional voado em companhias brasileiras de 3,5 pontos, para 32,4%, por uma queda do tráfego em 5,7%, embora com melhoria da taxa de ocupação em 1,6 pontos, para 71%, uma vez que baixou a capacidade em 7,8%.
 
Os dados da ANAC indicam que em Agosto as companhias aéreas brasileiras tiveram um crescimento do tráfego total em 4,4%, mas apenas pelo aumento de 6,7% em voos domésticos, porque nos internacionais registaram uma queda de 2,6%.
 
A taxa de ocupação média dos voos domésticos e internacionais foi de 74,2%, em alta de 3,4 pontos face a Agosto de 2011, por aumentos de 4,2 pontos nos voos internos, para 72,8%, e de 0,9 pontos nos internacionais, para 79%.