A companhia Latam foi autuada pela Superintendência Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (SRTE-RS), na segunda-feira (22), após uma investigação sobre a morte de um trabalhador, em julho deste ano, apontar que algumas atividades realizadas na pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho eram realizadas fora dos padrões internacionais de segurança. Já a Infraero teve parte de suas atividades suspensas pelo mesmo motivo.

De acordo com a superintendência, foram proibidas as operações de reboque de aeronaves com o uso de tratores agrícolas sem o uso de equipamentos de segurança, entre outras exigências, como a suspensão das atividades na pista quando ocorrerem tempestades com raios, conforme padrões internacionais.

A investigação sobre o acidente apontou que o mecânico de aeronaves da empresa foi atropelado por um avião A320 que era rebocado por um trator para manutenção.

Ele estava embaixo da fuselagem da aeronave, próximo do trem de pouso, enquanto aguardava pela passagem de uma segunda aeronave. Quando o trator que rebocava o avião arrancou, o trabalhador foi atingido pelo trem de pouso e teve sua perna esquerda esmagada.

O acidente aconteceu durante a madrugada, sob forte chuva, e o condutor do trator alegou que teria recebido o sinal da vítima para arrancar.

De acordo com o relatório, o trabalhador que morreu não usava colete reflexivo e estava posicionado de forma indevida. A Latam, conforme a investigação, não teria fornecido equipamento de sinalização noturna e usava de forma improvisada um trator para rebocar as aeronaves, além de uma série irregularidades que constam no relatório.

Já a Infraero deveria ser a responsável por supervisionar as atividades, mas teria falhado, conforme a investigação. As conclusões do caso foram encaminhados pela Superintendência Regional do Trabalho para a Polícia Civil, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ministério  Público do Trabalho e Aeronáutica.

A Infraero, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que "o Aeroporto Internacional Salgado Filho (RS) é homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operações de pousos e decolagens. A fiscalização dos equipamentos de proteção individual utilizados pelas equipes de rampa das empresas aéreas, bem como os veículos utilizados para os procedimentos de reboque de aeronaves, é responsabilidade das próprias companhias aéreas, sujeitas à fiscalização da Anac".

Já a Latam informou, também por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi notificada pelas autoridades responsáveis pelo caso. “A companhia esclarece ainda que segue os mais elevados padrões de segurança do mundo, atendendo rigorosamente aos regulamentos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e das demais autoridades internacionais, como a FAA – Federal Aviation Administration (autoridade aeronáutica americana) e a EASA – European Aviation Safety Agency (autoridade aeronáutica da Comunidade Europeia), além de ser membro da IATA (sigla em inglês da Associação Internacional de Transporte Aéreo)”, finaliza a nota.