Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Segunda, 07 de Outubro de 2024

Gol deve encerrar o ano com cerca de 122 aeronaves, diz diretor-presidente

16/08/2016

A Gol deve encerrar o ano de 2016 com cerca de 122 aeronaves em sua frota, de acordo com o diretor-presidente da empresa, Paulo Kakinoff - a companhia possuía 144 aeronaves no fim de 2015 e fechou o segundo semestre desse ano com 139 jatos.

A redução da frota é uma das iniciativas de reestruturação financeira adotadas pela Gol desde o ano passado. Outras medidas incluem o recebimento de R$ 600 milhões da Smiles referente à venda antecipada de bilhetes - ainda há uma parcela de R$ 400 milhões a ser recebida até o fim do ano - e a conclusão da oferta de troca de dívida em dólar, reduzindo o endividamento em US$ 102 milhões, ou R$ 327 milhões.

Das 139 aeronaves do segundo semestre de 2016, 105 são do tipo 737-800 NG e 34 do modelo 737-700 NG. Além disso, a Gol também informa que operava 119 aeronaves em suas rotas no fim do trimestre - das 20 aeronaves remanescentes, 11 estavam em processo de devolução junto ao seu lessor e outras nove foram sub-arrendadas para outras companhias aéreas, das quais uma será devolvida ao seu arrendador.

Segundo a empresa, 102 aeronaves estão em regime de arrendamento operacional e outras 37 em regime de arrendamento financeiro - dessas, um total de 31 possuem opções para compra ao final do contrato.

A idade média da frota total era de 8 anos ao final de junho deste ano. "Para manter a média nesse nível baixo, a companhia possui 120 pedidos firmes para aquisição de aeronaves Boeing para renovação da frota até 2027", afirma a empresa, no release de resultados. A Gol ainda informa que a previsão de recebimento da próxima aeronave é em julho de 2018.

Debêntures

Paulo Kakinoff destacou a conclusão da repactuação de debêntures, com a postergação de R$ 225 milhões com vencimento em 2016 e 2017 para 2019. "A renegociação das debêntures tira a pressão para amortizações significativas nesse período de crise", disse o executivo, durante teleconferência com jornalistas.

Apesar da renegociação das debêntures e da dívida em dólar, Kakinoff ainda avalia que o endividamento da Gol está acima dos patamares desejados. "O foco prioritário é a dívida em dólar, uma vez que essa é a que mais nos deixa expostos à volatilidade cambial", ressaltou.

A dívida bruta ajustada da Gol, que considera a dívida somada às despesas de leasings operacionais dos últimos 12 meses multiplicadas por sete, chegou a R$ 15,714 bilhões em junho, cifra 3,8% inferior à de março deste ano. A dívida líquida ajustada atingiu R$ 14,349 bilhões, retração de 1,2% ante o fim do primeiro trimestre.

A alavancagem da Gol, medida pela relação entre dívida bruta ajustada e Ebitdar (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos com leasing de aeronaves) nos últimos 12 meses, atingiu o nível de 8,4 vezes no segundo trimestre de 2016, abaixo do patamar registrado no término do primeiro trimestre deste ano, quando a alavancagem era de 9,4 vezes. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida ajustada e Ebitdar nos últimos doze meses chegou a 7,6 vezes no fim do segundo trimestre desse ano - no primeiro trimestre de 2016, a relação era de 8,3 vezes.

Quanto a possíveis novas iniciativas para a diminuição da dívida, o diretor-presidente da Gol disse que a empresa está "recorrentemente discutindo alternativas e possibilidades para a redução", mas afirmou que, nesse momento, "não há nada de concreto a ser divulgado". Questionado sobre uma eventual nova oferta de troca de dívida no exterior, Kakinoff ressaltou que "não há nada no horizonte". "Por força semântica, não posso dizer que não há a possibilidade, mas não há nenhuma discussão nesse sentido".

Guidance

Kakinoff ainda afirmou que o guidance para a margem operacional (Ebit) fornecido pela companhia para 2016 leva em conta o resultado obtido nos primeiros seis meses desse ano e a sazonalidade do segundo semestre, período tradicionalmente mais forte para a empresa.

A margem Ebit prevista pela Gol em 2016 é de 4% até 6%. No segundo trimestre de 2016, esse indicador ficou negativo em 8,2%, melhora de 3,6 pontos porcentuais ante o mesmo período de 2015, e no primeiro semestre fechou no positivo, com 5,5%, ante -2,1% no mesmo semestre do ano anterior.

"O segundo semestre tradicionalmente tem um resultado de receita ou lucratividade mais forte em função da sazonalidade, o que, adicionado ao 5,5% de margem Ebit no primeiro semestre, justifica o guidance apresentado", disse.