Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Domingo, 06 de Outubro de 2024

Guarulhos recebe último simulado de acessibilidade antes das Olimpíadas

03/06/2016

O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, recebeu o último simulado para a avaliar a infraestrutura de acessibilidade no terminal antes do início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. 

O exercício, idealizado pela Secretaria de Aviação Civil e coordenado pela GRU Airport, que administra o aeroporto, testou os principais terminais envolvidos na operação aérea especialmente planejada para o megaevento esportivo, que começa no dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro.

Foram simuladas situações reais de embarque, desembarque e conexão durante as Paralimpíadas. Os voluntários seguiram os procedimentos oficiais de chegada dos atletas, iniciando pelo desembarque doméstico no Terminal 2 e fazendo conexão para embarque internacional no Terminal 3. Foram realizados todos os trâmites de imigração.

O exercício teve duração de duas horas e contou com a participação de 12 voluntários, todos cadeirantes e deficientes visuais convidados, além de representantes de 15 companhias aéreas e do governo federal. O teste de embarque internacional foi feito em Boeing 777, da Latam Airlines, enquanto o desembarque doméstico foi realizado em Boeing 737 da GOL Linhas Aéreas.

Para o chefe de serviço do Comitê Técnico de Operações Especiais (Ctoe), João Paulo Alves, “o aeroporto está bastante preparado. Mas é importante lembrar que este é um desafio histórico para a aviação brasileira: estamos prestes a sediar uma Paralimpíada com cerca de 4 mil atletas com demandas especiais de atendimento”, alertou.

De acordo com Alves, a Secretaria de Aviação Civil está atenta não apenas às questões de infraestrutura aeroportuária, mas mantém atenção especial nos procedimentos de humanização do atendimento aos passageiros. “O que percebemos é um conhecimento acumulado usado para aprimorar a operação. Essa é uma construção, resultado de boas práticas e lições já aprendidas nos eventos anteriores. Mas o destaque vai para a capacitação dos profissionais do aeroporto, que evoluíram principalmente no sentido de um receptivo mais adequado e inclusivo”, avaliou.

Entre os itens verificados e aprovados pelo CTOE estão a utilização de uma plataforma móvel para erguer as cadeiras do solo, após a retirada do porão da aeronave, até a porta do avião; vedação de todas as cadeiras para proteger da umidade do clima; acondicionamento adequado das cadeiras nos contêineres da aeronave; procedimentos padronizados de embarque e desembarque para deficientes visuais (como condução e instrumentos de apoio).

“Várias cadeiras são elétricas e têm circuitos delicados, o que faz delas equipamentos bastante frágeis. Percebemos que a equipe foi especificamente treinada para cuidar isso também”, analisou Alves.

Recomendações

A Secretaria de Aviação Civil emitiu, em fevereiro, uma série de sugestões sobre procedimentos de acessibilidade aeroportuária em ofício a entidades de representação dos principais aeroportos envolvidos no planejamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A medida enfatiza a importância do alinhamento entre órgãos públicos, gestores aeroportuários e entes privados nas atividades de embarque e desembarque de passageiros com deficiência, bem como o emprego de recursos humanos e materiais necessários.

A chegada de bagagens de tamanho e manuseio especiais também receberá atenção diferenciada nos aeroportos do Brasil durante o evento. Cerca de 48,4 mil volumes devem ser resgatados e despachados durante o período dos Jogos Paralímpicos, de acordo com estimativa da Secretaria de Aviação. O governo, em conjunto com órgãos do setor, estuda procedimentos integrados para facilitar e garantir segurança e fluidez no fluxo de entrega e devolução dos pertences.