Estudante de medicina é presa no aeroporto com cocaína em gel
Uma estudante de medicina foi presa no Aeroporto Internacional do Recife, na Zona Sul da capital pernambucana, com 2,7 quilos de cocaína em gel. Ela tentava embarcar com o entorpecente para a Europa, na sexta-feira (29).
A jovem, de 20 anos, é de Mato Grosso e não tinha antecedentes criminais. Aos agentes da Polícia Federal que atuam no terminal Gilberto Freyre, ela relatou ter entrado para o tráfico partir de um relacionamento amoroso com um boliviano, que acabou em confusão.
Os agentes federais descobriram a droga a partir da avaliação do comportamento da estudante. Nervosa, inquieta e impaciente, ela foi chamada para conversar com os policiais. Como entrou em contradição algumas vezes, a PF decidiu abrir a bagagem.
Lá, achou duas calças jeans. Nos bolsos da roupa, o entorpecente estava em uma apresentação inusitada: eram quatro envelopes plásticos cobertos com papel carbono e que continham 45 preservativos masculinos com líquido oleoso em forma de gel. Bastante perfumado, o produto tentava despistar o forte odor da droga. Após a realização de testes químicos, os agentes da PF detectaram a presença da cocaína.
A estudante foi autuada por tráfico internacional de drogas. Caso seja condenada, poderá pegar de cinco a 20 anos de prisão. Depois de se submeter ao exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, na área central do Recife, ela seguiu para a Colônia Penal Feminina, na Zona Oeste da capital.
História
No interrogatório, a jovem contou que estuda medicina em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Estava no quinto semestre do curso. Depois de encerrar o relacionamento com o boliviano, informou ter recebido ameaças.
O ex-companheiro disse que só deixaria de ameaçar seus parentes, no Brasil, se ela fosse para a Europa para transportar drogas. Diante disso, viajou de Corumbá (MT) para o Recife. Da capital pernambucana, seguiria para Lisboa, em Portugal, para entregar a cocaína boliviana.
Haxixe
No mesmo dia da prisão da jovem, a PF deteve no aeroporto um disk-jockey (DJ) de São Paulo com 13 quilos de haxixe e uma pequena quantidade de skank. O suspeito tem 32 anos e já tinha sido autuado por posse de drogas em 2012. Ao passar pelo equipamento de raio-X, ele foi orientado a abrir a bagagem. Os agentes federais identificaram um fundo falso na mala. Nesse compartimento, estavam 90 tabletes de haxixe, acondicionados em papel carbono.
Esse tipo de droga é uma resina extraída de maconha. Tem uma alta concentração de THC, princípio ativo responsável por produzir o efeito alucinógeno. O skank é um tipo de maconha cultivada em laboratório e possui efeito concentrado. Além das drogas, foram apreendidos passagens aéreas, uma balança de precisão, um triturador de skank e um celular.
Balanço
O caso da estudante de medicina é o sétimo que envolve apreensão de droga realizada este ano pela Polícia federal, no Recife. Até agora, 12 pessoas foram presas. Os agentes já tiraram de circulação 2 quilos de pasta-base e 1.273 quilos de maconha e 1,1 quilo de crack, além de insumos químicos para a produção de drogas.
Em 2015, a PF conseguiu prender 34 pessoas por tráfico de drogas. Tirou de circulação, no período, 862 quilos de maconha,156 quilos de pasta-base de cocaína, 28 quilos de crack e 614 quilos de cocaína pura.