Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Domingo, 06 de Outubro de 2024

Piloto ucraniana é condenada pela morte de jornalistas russos

21/03/2016

A piloto militar ucraniana Nadia Savchenko foi considerada culpada nesta segunda-feira (21) pelo assassinato de dois jornalistas russos em 2014, o que pode representar uma pena de até 23 anos de prisão, informaram agências de notícias russas.

"Savchenko e um grupo de pessoas motivadas pelo ódio e a animosidade cometeram o assassinato de Igor Korneliuk e Anton Voloshin", dois jornalistas mortos no leste separatista da Ucrânia, afirmou o juiz, citado pelas agências russas, na localidade russa de Donetsk (província de Rostov), perto da fronteira com a Ucrânia.

O juiz admitiu, no entanto, que o organizador do assassinato era o antigo comandante do batalhão ucraniano Aidar, Sergui Melnishuk, a quem Nadia Savchenko obedecia em meados de 2014.

"Melnishuk (...), segundo o plano elaborado previamente, organizou o assassinato e proporcionou a Savchenko o material", indicou o juiz durante a leitura do veredicto, que deve prosseguir até terça-feira.

Após a leitura do veredicto, o juiz anunciará a pena de prisão contra a ucraniana, que pode ser condenada a 23 anos de prisão.

O tribunal concluiu que a piloto de helicóptero, de 34 anos, forneceu ao exército ucraniano em 17 de junho de 2014 a localização de Voloshin e Korneliuk, mortos por um disparo de morteiro no leste separatista da Ucrânia. Savchenko rejeita as acusações e afirma que foi capturada pelos rebeldes pró-Russia e levada para a Rússia antes da morte dos dois jornalistas.

Detida há 21 meses, Savchenko não hesitou em desafiar abertamente o poder russo durante sua detenção e seu julgamento, o que proporcionou uma grande popularidade na Ucrânia.

Eleita simbolicamente deputada durante sua detenção, ela fez uma greve de fome durante mais de 80 dias, entre dezembro de 2014 e março de 2015.