Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 05 de Outubro de 2024

Ato de funcionários de empresas aéreas afeta voos em Viracopos

03/02/2016

A paralisação nacional dos profissionais do setor de aviação afetou as partidas no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), na manhã desta quarta-feira (3). Os funcionários das empresas aéreas se reuniram no saguão do terminal e só retomaram o trabalho depois das 8h, após 2 horas de protesto.  Os 12 principais aeroportos do pais estão com protestos nesta manhã.

Passageiros que estavam na área de embarque tiveram que voltar. Por volta das 7h, cinco voos haviam sido cancelados e 15 aeronaves estavam estacionadas no pátio de manobras. O diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas Pedro Bom disse que até 30 voos sejam afetados em Campinas no intervalo entre 6h e 8h.

Diogo Almeida, do Sindicato dos Aeroviários, disse que dentro do pátio os funcionários não trabalharam, mas no setor de atendimento aos passageiros os aeroviários trabalharam porque teriam sido coagidos pelas empresas. São funcionários que fazem a checagem de documentos e bagagens.

Sem voo
O empresário Anderson Alves Machado ia para Cuiabá (MT) e foi pego de surpresa. "É um retrocesso para o país, porque a medida que você para isso piora a situação economia e os processos produtivos.(...) Esse é o nosso país", reclama o empresário. O voo dele estava previsto para 8h18 e por volta das 8h nem havia sido feito o chamado para embarque.   

11%
Os trabalhadores pedem reajuste de 11%, para reposição da inflação no ano passado. Já as empresas do setor aéreo propõem que o aumento seja parcelado em duas vezes - 5,5% em fevereiro e 5,5% em junho, sem abranger o pagamento do valor retroativo à data-base da categoria, que é em 1º de dezembro.

Posicionamento das aéreas
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) informou que nos últimos 10 anos, as companhias aéreas promoveram, automaticamente, o reajuste dos salários na data-base de dezembro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e que ao final das negociações foi concedido reajuste acima da inflação apurada, representando ganho real.

De acordo com o SNEA, desde o início das negociações com as representações sindicais, seis propostas foram apresentadas, mas todas foram recusadas.

A entidade alega que, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de 2011 a 2014 a aviação comercial acumula R$ 9,4 bilhões de prejuízo líquido. E de janeiro a setembro de 2015, o prejuízo já é de R$ 3,7 bilhões.

O SNEA ressaltou que as empresas aéreas estão tomando todas as medidas para preservar a viagem dos passageiros, não apenas nesta semana, mas também durante todo o Carnaval.