Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 04 de Outubro de 2024

Presidente da Etihad critica ações da concorrência

06/11/2015

A nova concorrência no transporte aéreo global não deve ser eliminada pelos interesses arraigados das companhias tradicionais, disse James Hogan, presidente e CEO da Etihad Airways, em um discurso na última quarta-feira, dia 4. Em uma palestra no Brabazon 2015, na Royal Aeronautical Society, em Londres, Hogan disse que a indústria global deve aprender com os britânicos, um dos primeiros mercados a aceitarem a verdadeira concorrência e onde a inovação e novas abordagens ainda podem ser vistas.

Hogan disse que o transporte aéreo, que contribui tanto para o comércio global, estava preso em um sistema de regulamentação que limita a consolidação, a concorrência e a escolha do consumidor. “Viajar de avião é a força vital da economia moderna. Mas embora a economia globalizada moderna tenha visto um grande progresso no comércio e no turismo, a estrutura da nossa indústria deu apenas alguns pequenos passos”. “Esta é uma indústria que clama por uma nova concorrência, em muitos mercados diferentes; mas é uma indústria em que as operadoras aéreas menores só podem atuar em ambientes de nicho”, acrescentou.

Ser uma companhia aérea de rede global competitiva hoje é incrivelmente desafiador, disse Hogan: “Mais do que nunca, a escala é o único fator determinante por trás do sucesso de uma companhia aérea de rede. Escala significa ter uma rede que possa competir contra as redes de companhias aéreas tradicionais, desenvolvidas ao longo de décadas. Escala significa ter a capacidade de atingir os consumidores com uma promessa de marca em muitos mercados diferentes – com perfil e visibilidade que vai atingir os clientes. E significa também ter a capacidade de reduzir os custos para níveis competitivos, através de economias de escala em todas as operações. Esta é uma indústria que requer um enorme custo de entrada para competir”.

Hogan explicou o modelo da Etihad Airways, que completou o seu investimento em crescimento orgânico através de parcerias estratégicas de capital. Como resultado, a Etihad Airways consegue competir com seus concorrentes muito maiores, que receberam décadas de investimento e de apoio do governo. Ele alertou, no entanto, que as companhias aéreas tradicionais, como as ‘Três Grandes’ (The Big Three) dos EUA e a Lufthansa, estavam se esforçando para sufocar a nova concorrência.

“Atualmente, as companhias aéreas americanas estão investindo dezenas de milhões de dólares para tentar sufocar a concorrência, e temos visto movimentos semelhantes por parte de algumas das companhias tradicionais europeias maiores. A vítima aqui é o cliente. O custo é a inovação. O caminho para a aviação florescer é através da inovação, que cria novas maneiras de enfrentar os obstáculos em uma indústria regulamentada, amarrada. Aqui em Londres, vocês estão próximos de muitos dos grandes inovadores da aviação – o que BA está fazendo hoje, o que a EasyJet e a Ryanair têm feito ao longo dos últimos 15 anos e o que a BMI fez em grande parte da sua vida”.

E concluiu: “A indústria precisa incentivar esta inovação por causa dos benefícios que ela traz para a escolha do cliente e para a verdadeira concorrência. Novas abordagens vão ajudar a indústria a prosperar no futuro. Não devemos permitir que essas novas abordagens sejam eliminadas pelos interesses arraigados das companhias tradicionais”.