Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 04 de Outubro de 2024

Empresa descarta falha humana ou mecânica na queda de avião no Egito

03/11/2015

A empresa russa Metrojet descartou falha humana ou problemas no avião como causas do desastre com o Airbus que caiu no sábado (31), na Península do Sinai, no Egito. Essa informação acabou aumentando a suspeita de um atentado terrorista.

Parentes das mais de 200 vítimas do desastre acompanharam desde cedo a chegada de corpos aSão Petersburgo. A segunda maior cidade da Rússia era o destino do voo que saiu sábado (31) de Sharm el-Sheikh, no Egito e terminou em apenas 23 minutos, numa tragédia sem sobreviventes.

O avião da Metrojet teria chegado a quase 10 mil metros de altitude. Mas, pouco antes de cair, reduziu a velocidade em mais de 300 km/h. E assim, em menos de um minuto, perdeu 1,5 km de altitude.

Só com esses dados não é possível afirmar se naquele momento o avião já tinha se partido. Autoridades egípcias disseram no sábado (31) que a causa foi uma falha técnica no avião.
Mas nesta segunda (02) a empresa russa que opera a linha aérea Metrojet disse ser impossível que uma falha mecânica ou mesmo nos sistemas pudesse ter levado o Airbus a se partir durante o voo.

"Uma combinação de falhas nos sistemas poderia levar a uma catástrofe, mas nesse caso o avião se partiria apenas ao tocar no chão. Um avião não pode se quebrar no ar por causa de uma falha em qualquer um de seus sistemas", concluiu o vice-diretor-geral da companhia aérea, Alexander Smirnov.

A Metrojet concluiu que só um fator externo ao avião pode ter causado o desastre. "A única explicação para o avião ter se partido no ar é um impacto. Um impacto mecânico ou físico", disse ele.

Se especialistas afirmam que seria muito improvável que um míssil disparado por terroristas conseguisse atingir o avião a quase 10 mil metros de altitude, o que teria então provocado esse impacto que fez o Airbus se fragmentar em inúmeros pedaços durante o voo? Teria sido um choque contra um objeto no ar? Ou uma explosão dentro do Airbus?

Segundo um investigador ouvido pela agência de notícias Reuters, no Egito, as primeiras análises da caixa preta indicam que o avião não foi atingido por fora. Esse mesmo investigador disse que o piloto também não fez nenhum chamado de emergência antes de desaparecer por completo dos radares.

Independentemente de ter sido algo de dentro ou de fora o que provocou o desastre, ninguém descartou a hipótese de atentado.

O avião caiu numa área onde os militares do Egito enfrentam grupos extremistas islâmicos que no sábado (31) disseram que derrubaram o avião.

Há mais de um mês a Rússia bombardeia áreas dominadas pelo Estado Islâmico na Síria.

James Clapper, diretor da CIA, disse que a Agência Americana de Inteligência não encontrou evidências de atentado. Mas, na dúvida, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha fizeram duas recomendações às companhias aéreas: evitar o aeroporto do balneário egípcio e não sobrevoar a região do Sinai a uma altitude menor do que 7 mil e 900 metros.