Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 04 de Outubro de 2024

Sudeste é destino das três rotas sem voo direto com as maiores demandas no País

22/10/2015

Apesar de 45% da movimentação total de passageiros no Brasil ter como destino ou origem o Sudeste, as três rotas com a maior demanda, mas que não têm voos diretos, têm como ponto final dos viajantes a região. Este é o caso de Rio de Janeiro até Vila Velha, no Espírito Santo, Blumenau, em Santa Catarina, para São Paulo e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, ao Rio.

Os dados são da pesquisa inédita "O Brasil que Voa", realizado pela Secretaria de Aviação Civil, da Presidência da República, em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), com dados coletados em 2014.

Em primeiro lugar está a rota do Rio de Janeiro até Vila Velha, com movimentação anual de 150.926 passageiros, segundo revela a pesquisa. Em seguida aparece Blumenau para São Paulo, com 133.102 usuários, e em terceiro Campo Grande para o Rio, cuja estimativa é de 113.202 viajantes.

Na avaliação do diretor do Departamento de Planejamento e Estudos (DPE) da Secretaria de Aviação Civil, Rodrigo Otávio, a falta de ligações diretas entre essas rotas pode estar relacionada a um desconhecimento das companhias aéreas sobre as altas demandas. Ele destaca que este é o primeiro levantamento completo sobre transporte aéreo de passageiros realizados no Brasil.

"Muitas vezes a empresa não sabe a necessidade de prestar este tipo de rota, ou porque não tem aeroporto na cidade ou por não saber que existe essa necessidade específica", disse Otávio. O diretor observa ainda que, com base na legislação atual, não há como o governo interferir na decisão das companhias de atuarem nessas rotas, caso exista aeroporto entre as cidades.

Para Otávio, o levantamento também apresenta resultado considerado importante para contribuir na melhor organização dos aeroportos e reduzir ao máximo as filas e atrasos. Na região Sudeste, 24,3% das pessoas fazem check-in por meio de totens, 28,9% pelo celular e 46,3% recorrem aos balcões. No entanto, a maioria daqueles que não buscam o guichê procura um atendente para esclarecimentos sobre a confirmação pelos meios eletrônicos.

"Esses dados são importantes porque assim conseguimos direcionar melhor os investimentos aeroportuários de acordo com a necessidade de cada região", observou.  "Por exemplo, nos aeroportos da região Sudeste, podemos investir mais em totens e campanhas publicitárias para o uso deles ao invés de investirmos em áreas de construção de balcões", completou Otávio.

A pesquisa foi feita em 65 aeroportos brasileiros que concentram 98% do tráfego aéreo, com 150 mil passageiros. Os dados foram coletados entre os meses de dezembro e janeiro, que representam o período de férias, março e abril, que são representativos para os negócios, e maio e agosto, quando há mais viagens de rotina.