Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 04 de Outubro de 2024

BOEING TERÁ PRIMEIRA FÁBRICA DE AVIÕES CIVIS FORA DOS EUA

24/09/2015

Boeing vai anunciar nos próximos dias sua primeira linha de produção voltadas a aviões comerciais fora dos EUA, segundo matérias publicadas na imprensa americana. De acordo com as reportagens, essa planta será montada na

, em uma cidade que ainda será escolhida. A decisão seria uma resposta da empresa tanto à crescente importância do mercado asiático quanto à pressão da concorrente Airbus, que conta com subsídios estatais – no mesmo momento em que os EUA fecharam seu Eximbank, o órgão que financiava grandes empresas exportadoras, como a Boeing.

A nova planta vem logo após o anúncio de um contrato para venda de 300 aparelhos do modelo Boeing 737 - que competem a nível global com os Airbus A320 – para três companhias aéreas chinesas e também coincide com a visita do presidente chinês Xi Jinping à Seattle, sede da empresa. De acordo com as informações divulgadas pela imprensa, a fábrica será dedicada à montagem final dos 737. A intenção é que os aparelhos sejam produzidos na planta de Renton, no estado americano de Washington, e recebam na China as peças de seu interior e toda sua parte de pintura.  

O mercado de aeronaves da China é um dos que crescem mais rapidamente no mundo todo. A estimativa da fabricante de aviões é que as empresas aéreas locais vão comprar 6,3 mil aeronaves de transporte ao longo dos próximos 20 anos, sendo que 4,8 mil serão da classe do 737 ou do A320. A companhia europeia, aliás, possui uma fábrica completa de aviões na China desde 2009 – e deve construir uma segunda unidade em 2016 -, que proporciona custos menores e preços mais em conta na concorrência com a Boeing.

A nova fábrica é uma arma da Boeing para reduzir essa vantagem, especialmente após a decisão tomada em junho pelo congresso americano de fechar o banco estatal de financiamento às exportações. Até recentemente, a Boeing adotava uma estratégia 80/80: produzir 80% de suas aeronaves nos EUA (a exceção são os modelos militares) e vender 80% da produção fora do país. A maior dificuldade de financiamento após o fim do Eximbank, no entanto, está provocando mudanças nessa tática – e a fábrica na China é a primeira peça desse movimento.