Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quinta, 03 de Outubro de 2024

Notificação é importante ferramenta contra a colisão de aviões com aves

09/09/2015

O impacto de uma ave com um avião da GOL no momento do pouso no aeroporto Santos Dumont (RJ) esta semana, danificou o nariz da aeronave, onde está localizado o radar. O incidente é apenas um dos reportados ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). O órgão registrou 2.578 notificações de perigo aviário somente nos oito primeiros meses de 2015, relatadas por controladores de voos e também tripulações e mecânicos das companhias áreas, entre avistamentos, quase colisões e colisões.

Só de colisões foram mais de 850 reportes de janeiro a agosto deste ano. Os dados compilados pelo órgão mostram que essa ocorrência alcançou um patamar preocupante nos últimos dois anos, acima de 4 mil registros anuais. Em 2014, foram 4.172 relatos, no ano anterior, 4.607, diante das 3.762 notificações de 2012 e das 2.851 de 2011.

Conhecido como “birdstrike”, no jargão do setor aéreo, o impacto de um pássaro com uma aeronave pode ser mais ou menos severo, de acordo com o peso da ave e a velocidade do avião no momento do choque. Ele oferece risco, pois pode danificar a estrutura da aeronave, ocasionando amassamentos ou rachaduras na fuselagem, hélices ou para-brisas e até a quebra de importantes instrumentos, como o radar, que fica no nariz do avião.

“Além do risco para a operação e dos impactos financeiros por necessidade de manutenção das aeronaves, a presença de pássaros nas intermediações dos aeroportos pode causar inconvenientes como fechamento de pista, cancelamento e atrasos de voos e necessidade de mudança de procedimentos e até realocação de passageiros em outros voos”, afirma o diretor de Segurança e Operações de Voo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Ronaldo Jenkins.

Segundo o diretor, como pássaros normalmente voam em altitudes baixas, é mais comum que os choques ocorram durante os procedimentos de aproximação para decolagem ou pouso da aeronave.

As companhias aéreas são as mais prejudicadas pelas colisões. Para minimizar as ocorrências, investem em campanhas e treinamentos com pilotos, copilotos e mecânicos para identificação e notificação aos órgãos responsáveis sobre eventuais impactos. “Com a informação, o CENIPA pode descobrir os tipos de animais e as localidades de maior incidência, e os fatores de atração que os levaram até ali, assim, é possível o desenvolvimento de ações mitigatórias de risco”, conta Jenkins.

Para facilitar este tipo de comunicação, o CENIPA lançou um aplicativo para “reporte de eventos de interesse com a fauna” (Ficha 15), por meio de um smartphone. O relato vai direto para o seu banco de dados. O mesmo procedimento pode ser feito por meio do computador no link.

Veja mais informações sobre o tema no vídeo O que é Birdstrike?