Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 01 de Outubro de 2024

Companhias aéreas ampliam promoções, mas agem com cautela

26/03/2015

As companhias aéreas brasileiras se mostraram cautelosas sobre as perspectivas para o setor, com a Gol afirmando durante evento na terça-feira, 23, que pode rever para baixo a atual projeção de oferta no mercado doméstico e Azul cancelando voos extras aos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo em que o dólar mais alto eleva os custos das companhias aéreas, o setor ainda não se beneficiou como esperado do impacto da queda do preço do petróleo no querosene de aviação.

Além disso, com o fim da alta temporada de viagens após o Carnaval, a demanda corporativa não tem apresentado uma retomada no nível de 2014 diante da fraqueza atual da economia, disse o presidente da Avianca Brasil, José Efromovich.

Com isso, muitas empresas têm optado por fazer promoções para ocupar as aeronaves, embora tenham receita menor.

"Promoção hoje é sobrevivência. E é consequência de um momento muito difícil", declarou o presidente da Azul, Antonoaldo Neves. A empresa já lançou 11 promoções para estimular a demanda neste ano.

"Essa receita tem sido em algumas rotas 30, 40, 50 por cento menor do que se praticava antes. Ao longo do tempo, o que haverá é uma acomodação de malha com redução da oferta doméstica", disse o presidente da Gol, Paulo Kakinoff.

O executivo acrescentou que a meta da empresa divulgada no fim do ano passado de capacidade doméstica estável para 2015 pode ser revisada para baixo.

"A projeção é oferta doméstica estável. Esse número pode mudar, e se mudar será para uma redução, tendência que acredito que será a mesma para a indústria como um todo", disse Kakinoff.

"Os níveis de promoção, os níveis de preços atuais, não são suficientes para cobrir os custos dos voos", acrescentou o executivo.

O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse que ainda não é possível falar em uma tendência de redução de oferta, mas que a empresa decidiu cancelar voos extras em maio para Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, por conta da conjuntura mais negativa.

A Gol fez quatro promoções de fim de semana neste ano, e a TAM, seis. Os feirões de passagem são mais frequentes aos finais de semana, mas há também promoções relÔmpago, que duram uma hora apenas. "A lógica é de ocupação. Como se vende com antecedência, não se pode cancelar o voo. Então você faz promoção para encher", disse o presidente da Gol.

Além disso, a empresa rearranjou de 8 a 10 por cento de sua malha de voos programada para maio para locais de maior demanda.