Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 01 de Outubro de 2024

Lufthansa cancela 790 voos marcados para sexta-feira por greve de pilotos

20/03/2015

Frankfurt (Alemanha), 19 mar (EFE).- A companhia aérea alemã Lufthansa cancelou 790 voos de médio e curto percurso previstos para sexta-feira pela greve dos pilotos, o que afetará cerca de 94 mil passageiros. A Lufthansa informou que garantirá menos da metade dos voos previstos inicialmente para sexta-feira, mas que no sábado voltará a a operar normalmente. No que será o terceiro dia da greve dos pilotos da Lufthansa na Alemanha, se somarão os controladores italianos com uma ação similar, que limitará ainda mais o transporte aéreo. A greve dos pilotos da Lufthansa de sexta-feira não afeta os voos de longo percurso, que não operaram nesta quinta-feira. Embora a greve de pilotos tenha afetado o transporte de mercadorias, a companhia aérea conseguiu fretar todos os aviões. Os pilotos da companhia alemã mantêm a greve neste segundo dia, mas só para voos de longo percurso, o que afetou cerca de 18 mil passageiros. A Lufthansa cancelou 84 voos de longo percurso previstos para hoje desde e para a Alemanha e assegurou a metade do serviço, cerca de 43 voos, na 12ª ação de protesto em um ano e que afetou especialmente os aeroportos de Frankfurt e Munique. Os voos de curto e médio percurso, que foram afetados na quarta-feira pela greve, funcionam normalmente nesta quinta-feira, segundo um porta-voz da Lufthansa. A ação de protesto não afeta os voos das filiais de baixo custo Germanwings e Eurowings. Um porta-voz do sindicato Vereinigung Cockpit disse que a Lufthansa quase não se movimenta nas negociações do convênio coletivo, nas quais há um ano os pilotos e a direção da companhia negociam o sistema de aposentadorias antecipadas, que até agora era pago totalmente pela empresa cerca de 5,4 mil pilotos. A Lufthansa teve que cancelar na quarta-feira 750 voos de curto e médio percurso. A empresa, que quer atrasar a idade de aposentadoria antecipada para os novos contratados e também não quer assumir os custos em sua totalidade, negocia com os pilotos há quase um ano. Além disso, os pilotos estão preocupados pela nova estratégia empresarial da Lufthansa, que quer ampliar a oferta das companhias aéreas de baixo custo para a Europa aos trajetos longos. A Associação de Aeroportos ADV criticou a atuação dos pilotos da Lufthansa. "Os sindicatos deixam muito a desejar na solidariedade com os passageiros e com os funcionários de outras empresas. Atuam sob o lema: se não podemos ganhar, pelo menos acabamos com o gramado. Os aeroportos são neste caso o gramado", disse o diretor-executivo de ADV, Ralph Beisel. O sindicato Cockpit ainda não comunicou se prolongará de novo a greve que começou na quarta-feira. A Lufthansa cifrou em 232 milhões de euros os custos das greves dos pilotos e do pessoal de segurança do ano passado. O atual sistema de aposentadorias antecipadas permite aos comandantes deixar de trabalhar a partir dos 55 anos, com 60% de seu salário base. Segundo a Lufthansa, os comandantes chegam à aposentadoria antecipada com uma idade média de 59 anos e seu objetivo é atrasá-la gradualmente até os 61 anos. Os pilotos de transporte de mercadorias da Lufthansa podem se aposentar antecipadamente aos 60 anos, cinco anos mais tarde que seus colegas de transporte de passageiros. As negociações entre a direção da Lufthansa e o sindicato dos pilotos ocorrem desde abril de 2014, período no qual os pilotos da Lufthansa já realizaram 12 greves.