Tempo melhora e buscas por caixas pretas da AirAsia são retomadas
Objetos avistados a 30 metros de profundidade no Mar de Java podem ser de avião acidentado.
A missão de busca pelas caixas pretas do voo da AirAsia foi retomada nesta segunda-feira na Indonésia devido a uma melhora nas condições climáticas no Mar de Java.
O voo QZ8501 seguia de Surubaya, na Indonesia, para Cingapura no dia 28 de dezembro, quando desapareceu do radar.
Equipes de busca recolheram 37 corpos até agora, mas autoridades do país dizem acreditar que a maioria dos corpos das vítimas esteja ainda presa na fuselagem da aeronave, submersa no mar de Java. Mais de 160 pessoas estavam no avião quando ocorreu o acidente.
Buscas estão sendo realizadas por meio de sonares e equipamentos de detecção, mas até agora os sinais emitidos pelas caixas pretas - cujos dados podem ajudar a esclarecer as causas do acidente - não foram detectados.
Autoridades locais disseram que grandes objetos que poderiam ser parte da fuselagem do avião foram avistados. Porém, até então o mau tempo vinha impedindo que mergulhadores chegassem ao local.
Ao todo foram identificados quatro objetos, no último sábado. O maior deles mede 18 por 5,4 metros. Eles estão a uma profundidade aproximada de 30 metros.
Um quinto objeto, medindo 9,8 por 1,1 metros foi achado no domingo, mas ainda não se sabe se ele é parte do avião acidentado.
Segundo o chefe das equipes de buscas, Bambang Soelistyo, "a visibilidade no fundo do mar era zero", no fim de semana. Por isso não foi possível chegar aos supostos destroços.
Mergulhadores não conseguiram chegar a supostos destroços no fim de semana devido a mau tempo
Robôs com câmeras chegaram a ser utilizados para tentar fotografar os objetos, mas o mar revolto – com ondas de mais de cinco metros – impediram que a operação continuasse.
"Estamos correndo contra o tempo e contra o clima nessa missão", disse Tatang Zainudin, o vice-chefe do órgão do governo indonésio responsável pelas buscas.
No dia do acidente, o avião voava a cerca de 9.700 metros de altitude. A última comunicação do piloto com os controladores de voo foi um pedido para subir a 11.500 metros a fim de evitar o mau tempo.
Autorização
No sábado, a agência indonésida do clima, a BMKG, aifrmou que uma análise inicial sugeriu que a formação de gelo no ar pode ter causado uma pane no motor.
Também foi discutido nos últimos dias se a Air Asia tinha ou não permissão para usar a rota Surubaya-Cingapura no dia do acidente.
Autoridades de aviação civil de Cingapura divulgaram um comunicado afirmando que, ao menos no espaço aéreo de seu país, a AirAsia tinha permissão para usar a rota diariamente.
As autoridades indonésias, por sua vez, suspenderam os voos da companhia nessa rota devido à investigação do acidente.
A AirAsia – qua mantinha bons resultados de segurança e não tinha histórico de acidentes fatais – disse que está disposta a fornecer "cooperação total" com os investigadores.