Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Segunda, 30 de Setembro de 2024

Fracasso de IPOs de aéreas precede oferta da Azul

12/12/2014

David Neeleman, o empreendedor da aviação que fundou a JetBlue Airways Corp., está apostando que sua oferta pública inicial pela Azul SA, do Brasil, será bem-sucedida onde outras companhias latino-americanas não conseguiram.

Após interromper o processo duas vezes nos últimos 16 meses, Neeleman se inscreveu novamente na semana passada para vender ações nos EUA e no Brasil.

Trata-se de outra chance para o empreendedor e seus financiadores, que desde 2008 esperam um retorno para seu investimento.

A Azul é a sexta companhia aérea latino-americana a anunciar um IPO nos últimos três anos e as vendas não têm ido bem.

Dois IPOs de companhias aéreas mexicanas foram desfeitos e três outros estão sendo negociados a um preço mais de 20 por cento inferior ao preço de oferta.

Neeleman tentou vender ações em agosto de 2013, mas cancelou a oferta depois que o Ibovespa despencou. O processo se repetiu no início deste ano.

“Não é um momento fácil para esse espaço”, disse Eric Conrads, gestor financeiro da ING Groep NV em Nova York que supervisiona cerca de US$ 500 milhões em ações latino-americanas. “Você tem um crescimento fraco do PIB e moedas que estão se desvalorizando, o que afeta a demanda”.

Embora Neeleman e a assessoria de imprensa da Azul tenham preferido não discutir o IPO nesta semana, ele tem dito que a companhia aérea está focada em recompensar seus investidores e não está sendo impulsionada pela necessidade de levantar dinheiro.

Condições de mercado

“Nossos acionistas estão nisso há seis anos e querem poder realizar alguns de seus investimentos, o que eu acho justo”, disse Neeleman, 55, em uma entrevista na sede da Bloomberg em Nova York, no dia 11 de setembro.

“O motivo pelo qual não temos capital aberto hoje é mais um problema de condição de mercado do que de condição da empresa”.

A Azul disse em um prospecto na semana passada que está levantando dinheiro para expandir sua frota de 128 aviões atualmente em operação, adicionar mais rotas e permitir que os atuais acionistas reduzam suas participações na terceira maior companhia aérea do Brasil.