Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Segunda, 30 de Setembro de 2024

Fusão entre American e US Airways ainda tem grandes desafios pela frente

08/12/2014

Depois de voar em céu de brigadeiro durante o primeiro ano da nova American Airlines Group Inc. depois da fusão com a US Airways, o diretor-presidente Doug Parker está se preparando para turbulências durante a parte mais difícil da integração das duas grandes aéreas: o segundo ano.

Uma das principais tarefas para a American em 2015 será unificar os empregados das duas companhias em contratos uniformizados, o que já está se revelando difícil, com problemas aparecendo entre a empresa, seus pilotos e comissários de bordo.

O outro é a migração dos dados e sistemas da US Airways para os computadores da American, um trabalho que historicamente já provocou panes nas operações de outras aéreas em fusões semelhantes.

 

“Até agora tudo bem, mas esse é um processo de pelo menos dois anos e as coisas importantes acontecem no segundo ano”, disse Parker em entrevista ao The Wall Street Journal. “Ainda é cedo e temos muita coisa para fazer.”

Hoje, a American pretende revelar planos para uma série de investimentos em seus aviões e instalações, incluindo novos assentos em aviões mais velhos, conexão com internet em mais voos internacionais, assim como reformas nas salas e balcões de passageiros.

As melhorias são parte de um plano de investimentos de US$ 2 bilhões que se estende até 2017 para rejuvenescer a frota antiga da empresa e se equiparar com as concorrentes, que também estão investindo em novos assentos e tecnologia.

Até 2022, a American deve receber mais de 500 novos aviões para substituir muitos existentes. A atualização é focada nos aviões mais antigos como os 35 modelos 757 da Boeing Co. , que terão assentos reclináveis na classe executiva e os 93 A319 da Airbus Group. , que terão novos assentos e tomadas de energia para os passageiros.

Entre as melhorias estão internet nos voos dos 757 e 767-300 da empresa, mais 400 novos balcões em áreas de embarque para clientes que queriam realizar “upgrades” de última hora e reimprimir os cartões de embarque.

Parker, que antes era diretor-presidente da US Airways, começou a pressionar por uma fusão com a American pouco depois de a empresa ter entrado com pedido recuperação judicial no fim de 2011. O então diretor-presidente da American, Tom Horton, resistiu à fusão, assim que Parker decidiu procurar os funcionários da American e assegurar o seu apoio.

Lidar com esses funcionários tem sido um dos passos mais difíceis na integração das empresas. Em novembro, 24 mil comissários de bordo das duas aéreas rejeitaram um contrato de trabalho unificado. Pelas regras no contrato de fusão, os mediadores federais agora ajudarão a elaborar um novo acordo para os comissários até fevereiro, que deve ser menos lucrativo do que a oferta rejeitada.

Também no mês passado, a American concordou em negociar um contrato com os pilotos mesmo depois do prazo proposto. A empresa pode enviar as negociações para arbitragem, mas o processo poderia levar meses e poderia atrasar a integração se ela não começar logo.

As negociações trabalhistas da American são incomuns porque a empresa já fechou acordos provisórios com muitos empregados antes da fusão, incluindo regras especiais para fechar contratos unificados.

A American está se esforçando para não estabelecer limites rígidos, “mas sabemos que não podemos deixar [as negociações] atrasar a integração”, disse Parker. “Isso não precisa demorar muito.”

Parker ressaltou que a harmonia trabalhista é crucial para a integração ter sucesso. AUnited Continental Holdings Inc. ainda não obteve um contrato unificado para todos os seus empregados desde a fusão entre a United e a Continental Airlines em 2010.

No primeiro semestre de 2015, a American espera que os reguladores federais americanos a reconheçam como uma única empresa e que possa unificar os programas de fidelidade de seus passageiros.

No segundo semestre, a American vai migrar o sistema de reserva da US Airways, que armazena e controla todos os dados de empregados e clientes, para o sistema da American. A transição é uma operação enorme que companhias aéreas fizeram de uma só vez em outras fusões, provocando várias panes. Parker disse que a American vai realizar a fusão dos sistemas gradualmente para reduzir o risco.

Quando a American e a US Airways se uniram há um ano, muitos observadores acharam que oito pontos de conexão em aeroportos regionais dos Estados Unidos – cinco da American e três da US Airways – eram demais para uma rede. Parker rejeitou o argumento e manteve sua posição depois de ver esses pontos de conexões trabalharem juntos por meses. “Cada ponto de conexão está melhor do que antes”, disse ele, afirmando que não espera que nenhuma dessas cidades perca sua condição de ponto de conexão.

Parker disse que o mais surpreendente do último ano foi o número de coisas que precisaram ser melhoradas na American desde que assumiu. Ele disse que a American era ineficiente e não cuidava de problemas comuns, como assentos quebrados e atrasos frequentes.