Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Domingo, 29 de Setembro de 2024

Governo Ministro insiste que Venezuela não deve às companhias aéreas internacionais

14/08/2014

"O Estado venezuelano não tem dívidas com as companhias aéreas, o que há é uma 'demora' (na liquidação de divisas). Não é um pagamento sujeito a um contrato legal, a umas normas e cláusulas contratuais específicas", disse ao canal estatal Venezuelana de Televisão.

Segundo Andrés Izarra, as companhias aéreas internacionais "assumem um risco cambial na hora de vender o seu produto na Venezuela, na hora de operar na Venezuela", e tem havido atrasos na liquidação das dívidas, devido a uma "guerra económica" que tem afetado o país.

"No entanto, as companhias aéreas continuam a operar. Esta é uma rota muito lucrativa. É um mercado muito atrativo, por diversas razões, pelas diversas interconexões e por toda a capacidade que tem o mercado venezuelano", disse.

O ministro venezuelano admitiu, porém, que "tem havido algumas restrições quanto à possibilidade de fazer reservas, sobretudo para os viajantes que partem da Venezuela".

Desde 2003 que vigora na Venezuela um apertado sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias aéreas a terem autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas suas operações.

Segundo a IATA, a Venezuela "deve atualmente 4,1 mil milhões de dólares (3,05 mil milhões de euros) às companhias aéreas internacionais", relativos à repatriação dos capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes de avião desde 2012, a qual tem sido dificultada pelas leis cambiais vigentes.

Nessa situação está também a portuguesa TAP e outras 13 transportadoras internacionais.

As dificuldades para repatriar capitais levaram a Air Canada e a Alitalia a suspenderem recentemente os voos para Caracas, enquanto a American Airlines e a Lufthansa, reduziram significativamente as suas operações.

Por outro lado, a norte-americana United Airlines anunciou que reduzirá, a partir de 17 de setembro, as operações aéreas para a Venezuela, passando a realizar apenas quatro voos semanais entre Miami e Caracas e deixando de voar aos domingos, quartas-feiras e sextas-feiras.

 

A 30 de julho passado, a Venezuela autorizou as companhias aéreas Iberia e Delta Airlines a acederem a dólares preferenciais para poderem repatriar capitais gerados pelas suas operações, segundo o ministro dos Transportes Marítimo e Aéreo, Luís Graterol.