Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Domingo, 29 de Setembro de 2024

Cias aéreas e Abear entregam carta a candidatos à presidência

07/08/2014

Os presidentes das quatro maiores empresas aéreas brasileiras (Tam, Gol, Azul e Avianca) apresentaram carta destinada aos candidatos à presidência da república no final desta tarde, no evento Aviação em Debate, organizado pela Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), que aconteceu no Rio de Janeiro. O documento traz pedidos relacionados a questões tributárias, regulatórios, trabalhistas e ambientais. O ministro-chefe da Aviação Civil, Moreira Franco, recebeu o documento  na cerimônia. 

Os gargalos do setor, de acordo com publicação, são: a má distribuição geográfica e a sobrecarga dos aeroportos; problemas de infraestrutura, como buracos nas pistas; preço e tributação sobre combustíveis; encargos trabalhistas elevados; e tarifas aeroportuárias e aeronáuticas. 

Para acompanhar o crescimento do setor aéreo, a entidade indica que serão necessários investimentos entre R$ 42 bilhões e R$ 57 bilhões até 2020. Esses recursos, provenientes do governo, serão destinados à expansão de 49 aeroportos existentes e construção ou reativação de 71 estruturas. Em aeronaves, os investimentos necessários para que as empresas atinjam seu potencial estão entre R$ 26 bilhões e R$ 36 bilhões.

Outro pedido das aéreas é a revisão das rotas e procedimentos de controle de tráfego aéreo. Segundo as empresas, a ponte aérea de São Paulo a Rio de Janeiro poderia ser feita entre 30 e 35 minutos. Contudo, hoje o trecho leva até uma hora devido à saturação do tráfego. 

A principal demanda é o custo do combustível de aviação. "O governo pode determinar à Petrobras a revisão dos termos de precificação", avalia Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Segundo ele, hoje o preço da querosene de aviação (QAV) é calculado com parâmetros estabelecidos na década de 80, com custo de importação de matéria prima, interferência da variação cambial e taxas de Marinha Mercante.

"Não vejo isso como uma medida da Petrobras para compensar outras perdas. Mas a média no mundo é que o combustível represente 33% do custo das companhias, quando no Brasil sai por 41%. A mudança permitiria seguir o processo de redução do preço das passagens", avalia Sanovicz.

A Abear estima que até 2020 o Brasil pode dobrar seu número de passageiros, de 101 milhões para 211 milhões. Em aeroportos, o número passaria de 96 para 167; em rotas, de 479 para 795; em funcionários, de 1,2 milhão para 1,9 milhão; em aviões, de 450 para 976. As estimativas foram feitas com base em estudo da consultoria Bain & Co, feito em janeiro de 2013.