Governo venezuelano paga 137,4 milhões de euros a linhas aéreas do país
"De maneira oficial nos reunimos para informar, às 14 linhas aéreas nacionais, da decisão do presidente da República (Nicolás Maduro) de autorizar - uma vez que tenham consignado todos os requerimentos e feito os análises correspondentes-, a atribuição de divisas (dólares) correspondentes aos anos de 2012 e 2013", disse Luís Graterol.
O anúncio ocorre depois de a Associação de Linhas Aéreas da Venezuela (ALAV) ter denunciado que "48% da frota das operadoras venezuelanas está parada, em terra, devido à escassez de peças de reposição" e ao não acesso atempado a moeda estrangeira para pagar as dívidas a fornecedores e fazer as respetivas manutenções.
Segundo o ministro Luís Graterol, o anúncio do pagamento "traduz-se numa boa notícia, desmonta algumas matrizes de opinião que trataram de manifestar contra a realidade económica" venezuelana.
Na Venezuela está em vigor, desde 2003, um apertado sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira e obriga as companhias aéreas nacionais a acudir ao Centro Nacional de Comércio Exterior a fim de ter autorização para aceder a dólares para comprar peças de reposição e pagar a fornecedores estrangeiros.
Por outro lado, as linhas aéreas internacionais têm de fazer o mesmo procedimento para serem autorizadas a repatriar os capitais gerados pelas operações.
O Governo da Venezuela deve atualmente 3,43 mil milhões de dólares (2,52 mil milhões de euros) às companhias aéreas internacionais, por repatriação dos capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes aéreos desde 2012, o que tem sido dificultado pelas leis cambiais vigentes.
Estas dificuldades levaram a Air Canadá e a Alitalia a suspender recentemente os voos para Caracas, enquanto a American Airlines reduziu em 80% as suas operações e a Lufthansa decidiu suspender a venda de novos bilhetes.
De momento não foi divulgado o valor global das dívidas em divisas às linhas aéreas venezuelanas.