Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Domingo, 29 de Setembro de 2024

American Airlines reduz 80% dos voos para a Venezuela

18/06/2014

"A AA tem voado, com orgulho, para a Venezuela durante quase 27 anos e atualmente opera 48 voos semanais para o país. No entanto, devido a recentes acontecimentos, vê-se na necessidade de reduzir as operações programadas de voos entre os EUA e a Venezuela, de 2 a 31 de julho", declara.

O anúncio "Procedimentos por redução do serviço - mudança de programação" foi disponibilizado pela companhia e enviado às agências de viagens, notificando que as rotas entre Caracas e as cidades de Nova Iorque, Texas e San Juan de Puerto Rico vão ser suspensas.

O Governo da Venezuela deve 4 mil milhões de dólares (2,96 mil milhões de euros) às companhias aéreas internacionais por repatriamento dos capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes aéreos desde 2012, mas cujo pagamento tem sido dificultado pelas leis cambiais vigentes.

As dificuldades levaram a Air Canada e a Alitalia a suspenderem, recentemente, os voos para Caracas, enquanto a Lufthansa decidiu paralisar a venda de bilhetes.

Desde 2003 que está em vigor na Venezuela um apertado sistema de controlo cambial, que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias aéreas a solicitarem previamente autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas suas operações.

A 26 de maio último o ministro venezuelano da Economia, Finanças e Banca Pública venezuelano, Rodolfo Marco Torres, anunciou que o país concretizou o pagamento de dívidas, correspondentes aos anos de 2012 e 2013, a seis linhas aéreas internacionais que operam no país.

Segunda-feira a Associação de Linhas Aéreas da Venezuela (Alav) emitiu um comunicado explicando que a portuguesa TAP e outras 15 das 25 linhas aéreas internacionais que operam no país continuam à espera do pagamento de dívidas de parte do Governo venezuelano.

Segundo a Alav, onze das 25 transportadoras que voam para Caracas reduziram, desde janeiro, a oferta de lugares e a frequência dos voos, nalguns casos até quase aos 80%, devido à impossibilidade de repatriar os capitais correspondentes às vendas.