O ex-presidente Lula disse em sua coluna no site do jornal “El País” que a Copa no Brasil virou “objeto de feroz luta política eleitoral”. “À medida que se aproxima a eleição presidencial de outubro, os ataques ao evento tornam-se cada vez mais sectários e irracionais”, escreveu, na versão em português do periódico espanhol.

No texto, Lula destaca que “determinados setores parecem desejar o fracasso da Copa, como se disso dependessem suas chances eleitorais”. Segundo Lula, o país está preparado para realizar a Copa “dentro e fora de campo”. Hoje, o Planalto acompanhou de perto as manifestações no país. O governo está monitorando as redes sociais para checar se os protestos ganham a adesão da população, como ocorreu no ano passado. Hoje, a avaliação era que o nível de adesão ficou baixo.

De 16.700 manifestações nas redes sociais a favor dos protestos, apenas 20% estavam dizendo que iriam participar dos protestos. Em junho do ano passado, este percentual era o dobro, de 40%. PROVEITO Responsável pelos principais protestos em São Paulo nas últimas semanas, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) tem poupado o governo federal de críticas mais contundentes, com objetivo de conseguir mudanças no Minha Casa, Minha Vida.

Desde o encontro com a presidente Dilma Rousseff (PT) na semana passada, o MTST mantém contato com emissários do governo federal. O movimento, que vinha de um período de embates com o prefeito Fernando Haddad (PT), planeja atos em breve para atacar a gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

A ideia é não centrar fogo apenas em governos petistas, para impedir que Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) tirem proveito da situação. “O risco de uso eleitoral é pelos setores conservadores do país, pelos grandes partidos, como o PSDB e o PSB, que têm tentado surfar na onda de mobilizações com um discurso que não cola”, disse Guilherme Boulos, coordenador do MTST.