Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 28 de Setembro de 2024

Cashback é alternativa para consumidores que querem fugir de entraves dos programas de fidelidade

15/05/2014

Com a propagação de diversos programas de fidelidades, juntar pontos para trocar por um produto ou serviço sem saber ao certo quanto eles valem está tornando o consumidor mais atento. Em muitos casos, o usuário não entende quanto ele ganha e quais são os critérios da recompensa.

Ao notar a recorrência dessa insatisfação nos usuários, o empreendedor Luiz Augusto Barros, depois de pesquisar por mais de um ano o mercado norte-americano de cashback, decidiu montar o Retorna (www.retorna.com.br), novo portal de comércio eletrônico que oferece descontos e restituição de parte do valor gasto nas compras via internet. Ele se junta a outros cinco outros players do gênero, que têm o intuito de proporcionar mais transparência e retorno financeiro aos consumidores. “O cashback é mais direto, você paga um valor e recebe parte dele de volta, sabendo exatamente quanto está ganhando”, explica Barros.

A funcionalidade costuma ser simples: o usuário tem que acessar a plataforma, cadastrar-se e, quando efetuar a compra nas lojas filiadas, ganha parte do que pagou de volta em sua conta bancária em aproximadamente 30 dias. Normalmente, o dinheiro ressarcido é de cerca de 3 % do valor gasto – podendo chegar a 11% em alguns casos, segundo informa o fundador do Retorna. “A única restrição é que fazemos o depósito de no mínimo 30 reais, o que não é muito difícil de juntar”, comenta.

Ao comparar o sistema com os diversos programas de fidelidade, que vão desde acumulo de pontos em cartões de crédito, companhias aéreas, supermercados e até os postos de gasolina, Barros mostra que o cliente precisa consumir um montante muito superior para trocar por no máximo 2% do total. “Para somar 50 mil pontos no cartão, o suficiente para uma viagem de São Paulo a Nova York, por exemplo, você precisa gastar cerca de 115 mil reais, o que equivale a menos de 2% das compras efetuadas na bandeira”, esclarece.

Já na metodologia dos postos de gasolina, onde umas das grandes redes criou os quilômetros de vantagens, cada real gasto equivale a um ponto. Entre as opções de bonificação, está um iPhone que custa em média 1.619 reais. Para adquirir o produto, o consumidor precisa acumular 15.420 pontos para, finalmente, arrematar o celular pagando mais 1.239 reais. Ou seja, o cliente teve um desconto de 380 reais após gastos bem superiores a 15 mil reais.

Soma-se aos altos gastos a demora no repasse de pontos – que pode acarretar em perda de promoções de passagens aéreas –, atendimento ruim, cancelamento do cartão seguido da perda da pontuação, ou alteração nas regras. Essa crescente lista de reclamações está fazendo com que muitos adeptos dos mais variados programas de fidelidade migrem para os portais que realizam a devolução em dinheiro em busca de mais transparência.

“Por esses motivos, o sistema de cashback tem enorme potencial para crescer no Brasil. Ninguém aguenta mais fazer contas mirabolantes para saber quanto ganhou e por qual produto pode trocar”, conclui Luiz Augusto Barros.