Cias transportaram 2 mil órgãos para transplante no 1º tri, 79% a mais que 2013
14/05/2014
Crescimento é resultado do acordo formalizado entre ABEAR e Central Nacional do Transplante em dezembro de 2013
O número de órgãos, tecidos e equipes médicas transportados gratuitamente pelas companhias aéreas associadas da ABEAR no primeiro trimestre passou de 1106 para 1980, um crescimento de 79% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo foram 2113 órgãos, tecidos e equipes transportados gratuitamente pelas Forças Aéreas, Companhias e pelo modal rodoviário – em comparação com primeiro trimestre de 2013, o crescimento foi de 86% no volume.
Em relação ao aproveitamento de voos comerciais para o transporte, o crescimento foi de 13% – no ano passado foram 1134 viagens entre janeiro e março contra 1279 realizadas este ano. Mas o número que mais chama a atenção é o transporte de equipes. Enquanto no primeiro trimestre do ano passado 21 profissionais da saúde responsáveis por procedimentos relacionados aos transplantes viajaram gratuitamente, neste ano foram 182 pessoas transportadas com o mesmo objetivo, um aumento de 767%.
Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR, lembra que a via aérea é a melhor solução para o transporte de órgãos, tecidos e equipes de transplante em um país com as dimensões continentais do Brasil. “Aproximadamente 95% dos transportes de órgãos acontecem pela aviação comercial regular e o número de voos que levam itens e equipes mais do que dobrou no ano passado”, contabiliza.
Os números do primeiro trimestre indicam o aumento das sinergias como resultado da parceria entre a Central Nacional de Transplantes, as autoridades de controle do espaço aéreo e os operadores aeroportuários. “Criamos um circuito eficiente para atender à logística complexa que é levar um coração ou um rim em uma aeronave e faze-lo chegar, em tempo hábil, ao paciente que irá recebe-lo. Além do resultado prático da preservação de vidas, esse trabalho conjunto serve de exemplo do poder de mobilização e autodeterminação da sociedade, por meio da cooperação entre o setor público e privado com foco no bem comum. É um exercício livre de cidadania e responsabilidade social”, afirma o executivo.
A ABEAR, o Ministério da Saúde, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), a Força Aérea Brasileira (FAB), o Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (CGNA/DECEA) e os aeroportos assinaram em dezembro/2013 um acordo de cooperação que ampliou a atividade realizada voluntariamente desde 2001 (à época envolvendo o Ministério da Saúde e Sindicato Nacional das Empresas Aéreas). O acordo estabelece fluxos de atividades entre esses atores para viabilizar transportes ágeis, com a criação de vagas específicas nos voos para órgãos e equipes médicas. Além disso, voos de transporte de órgãos recebem prioridade no tráfego aéreo, poupando preciosos minutos nessa luta contra o tempo e pela vida.
