Câmbio na Venezuela custará R$ 75,9 milhões a Gol
As novas taxas de câmbio anunciadas pelo governo venezuelano para as companhias aéreas custarão R$ 75,9 milhões a Gol, informou nesta terça-feira (29) a companhia.
As perdas no primeiro trimestre terão impacto no resultado financeiro, mas não no resultado operacional, segundo informou a companhia em comunicado enviado à Bolsa de Valores de São Paulo.
A Gol explicou que até 13 de fevereiro a Comissão de Administração de Divisas da Venezuela aplicava a taxa de 6,30 bolívares por dólar. Desde então, a taxa de câmbio aplicável às companhias aéreas é fixada em leilões semanais conhecidas como Sistema Complementar de Administração de Divisas (SICAD).
Em 31 de março, no fechamento do ano trimestral, o valor do câmbio nestes leilões correspondia a 10,70 bolívares por dólar, segundo a nota.
A companhia diz que, ao final de março, seu caixa na Venezuela somava R$ 350,3 milhões. "Apesar do cenário de incertezas na Venezuela, planejamos repatriar o saldo restante", afirmou no comunicado.
O governo venezuelano negou às companhias aéreas estrangeiras a repatriação de seu lucro pelo controle da taxa de câmbio, o que levou a onze companhias a reduzir o número de voos no país.
Segundo dados da Iata, a associação internacional das empresas aéreas, divulgados no mês passado, a Venezuela retém cerca de US$ 3,8 bilhões que deveriam ser repatriados por 24 companhias estrangeiras.
A Gol opera cerca de 910 voos diários a 65 destinos na América Latina e Estados Unidos, entre eles uma rota entre São Paulo e Caracas.