Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 28 de Setembro de 2024

Companhias aéreas em Lisboa “estão totalmente desprotegidas”, Paulo Geisler

29/04/2014

O modelo actual de regulação dos aeroportos portugueses é um “retrocesso” que deixou as companhias aéreas “totalmente desprotegidas” para permitir ao comprador da ANA “recuperar o investimento feito por via do aumento de taxas”, critica Paulo Geisler, presidente da RENA, associação de companhias aéreas.
Em entrevista à Turismo de Lisboa, Paulo Geisler diz que “a situação é mais grave em Lisboa”, pois integra um grupo com outros aeroportos que, “por natureza, são deficitários” e acabam por ser “os utilizadores de Lisboa (passageiros incluídos) quem paga o funcionamento dos outros aeroportos do grupo”.
O presidente da RENA e director geral da Lufthansa Ground Services Portugal-LGSP sublinha na entrevista que as companhias aéreas foram “forçadas a suportar um aumento de mais de 10% no valor das taxas, que são receitas da ANA, sem que esta estivesse sujeita a qualquer avaliação de qualidade”.
O problema, diz o executivo, é uma “total e absoluta ausência de princípios e bases para regulação na lei (foram convenientemente retiradas antes da privatização)”, dizendo ainda que “houve um retrocesso de anos com a aprovação do novo modelo, que se limitou a permitir que o concessionário pudesse recuperar o investimento feito por via do aumento de taxas, não acautelando minimamente a existência de uma regulação robusta, como seria aconselhável e como sucede em todos os sectores onde se verificam privatizações como a que ocorreu com a ANA”.
Face a este quadro, Paulo Geisler defende  “o retorno ao anterior modelo regulatório e uma regulação robusta e independente”, bem como “respeito pelos princípios do ICAO e da Directiva da UE sobre taxas e relação com os custos suportados com a manutenção da infra-estrutura aeroportuária”.