Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 28 de Setembro de 2024

Aeroporto de Beja processou 6 624 passageiros em três anos

14/04/2014

Beja, que custou 33 milhões de euros, processou 6 624 passageiros, um movimento considerado positivo pela ANA – Aeroportos de Portugal, que gere a infraestrutura, mas aquém das expectativas e do desejável, segundo o município local e os empresários. 

Desde que começou a operar, a 13 de abril de 2011, o aeroporto de Beja realizou, através de sete companhias aéreas, 245 movimentos de aeronaves, sendo a maioria de operações charter não regulares, que transportaram cerca de 93 por cento dos passageiros, disse à Lusa fonte oficial da ANA. Dos primeiros três anos do aeroporto de Beja, a fonte destacou 2013, ano em que o movimento de aeronaves mais do que duplicou, aumentando 110 por cento, o tráfego de passageiros subiu 16 por cento e a aviação executiva cresceu 185 por cento em relação a 2012.

Segundo a ANA, em 2011, o primeiro ano, o aeroporto de Beja processou 90 movimentos de aeronaves e 2 281 passageiros, em 2012, o pior ano, processou 50 movimentos e 2.011 passageiros e em 2013, o melhor ano, processou 105 movimentos e 2 332 passageiros.

Em termos globais, o balanço da atividade do aeroporto de Beja é positivo, disse a fonte, frisando que a ANA está consciente da morosidade e da complexidade que normalmente reveste o lançamento de uma infraestrutura aeroportuária.

Em declarações à Lusa, o vereador da Câmara de Beja Manuel Oliveira disse que o aeroporto está aquém das expectativas e não funciona como seria desejável e os primeiros três anos foram afetados por uma conjugação de constrangimentos, como a falta de acessibilidades adequadas para Lisboa e Algarve.

A falta de uma vontade necessária do Governo para que o aeroporto possa ter uma utilização diferente, sobretudo pela TAP, que é do Estado e poderia usar mais a infraestrutura, foi outro dos constrangimentos apontados pelo vereador, frisando que o aeroporto também depende muito do interesse de operadores em voar para Beja e do fluxo de passageiros para o Alentejo.

O que está para trás não é bom, mas o futuro pode e deve ser promissor, disse o autarca, defendendo: Se as condições de utilização forem mais atrativas e as acessibilidades melhorarem, haverá condições para o aeroporto de Beja crescer, cumprir o objetivo para que foi criado e ser uma infraestrutura sustentável.

A grande preocupação que deve existir, de facto, é não deixar passar muito tempo sem que a infraestrutura se possa autossustentar para não correr o risco de sucumbir, alertou.

Sendo um projeto de médio e longo prazo, para o presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal), Filipe Pombeiro, o balanço dos primeiros três anos, globalmente, dentro dos constrangimentos, é positivo.

No entanto, o dirigente associativo referiu à Lusa que gostaria que o aeroporto estivesse numa fase mais desenvolvida.

Apesar de todos os constrangimentos, o aeroporto de Beja tem feito o seu caminho e tem vindo a afirmar-se, disse, frisando que o movimento de aeronaves mais do que duplicou de 2012 para 2013.

Trata-se de um projeto muito importante e contamos com ele para o desenvolvimento da região e não tenho dúvidas de que se conseguirá afirmar dentro de algum tempo, afirmou Filipe Pombeiro.

Desde que começou a operar, o aeroporto de Beja, que resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, tem estado aberto, mas praticamente vazio e sem voos e passageiros na maioria dos dias.