Uma forte chuva que aconteceu por volta das duas da tarde de ontem deixou o Centro Social Sagrada Família em Ananindeua com diversos danos: queda de árvores, telhados quebrados, estruturas rachadas ou comprometidas e cerca de 500 crianças sem escola e sem previsão de voltarem aos estudos.

A fundadora da escola, Irmã Maria Luiza, lamentou o desastre em sua instituição que ajuda crianças e adolescentes carentes. “Felizmente e graças a Deus não houve nenhum ferido mas foi um temporal muito grande que começou quase às duas da tarde e destelhou tudo. Estava na capela quando raios e trovões clarearam tudo e muita água começou a entrar pelo teto”, disse a irmã.

O aluno Magdiel Serra Bogéas estava na escola na hora do temporal. “Estava chovendo muito quando ouvimos vários estalos e muitos trovões. A gente saiu correndo desesperado da sala, quando as luzes apagaram. Havia muita água na escola e muita goteiras”, disse o estudante do sétimo ano.

Pelos corredores da instituição diversos pedaços de telhas estavam espalhados pelo chão. Parte da fiação elétrica foi derrubada e árvores ou parte delas estavam caídas pelo chão. “As telhas de zinco de uma empresa vizinha vieram parar na frente da escola. Uma árvore caiu em cima do muro e outra está sendo removida pelos bombeiros pois está próxima a fiação elétrica.Cinco casas nossas foram atingidas além da escola e dos ambulatórios. Somos em seis irmãs que terão que ficar aqui pois não temos para onde ir, mesmo com as casas neste estado”, lamentou a irmã.

A escola não tem condições de receber os alunos pois teve grandes danos e as aulas estarão suspensas até que todo o estrago seja reparado. “Todo espaço da escola está quebrado até mesmo a sala de informática sofreu danos. As aulas terão que ser suspensas até que a Secretaria de Educação, que tem um convênio conosco, verifique o que pode ser feito para reconstruir”, disse Sileide Ferreira, diretora da escola. O corpo de Bombeiros estava no local iniciando a retirada de árvores que estavam tombadas próximo ao muro da escola. “Não avaliamos a estrutura ainda estamos trabalhando para retirar os riscos iminentes. A escola terá que ser desativada até que a avaliação seja feita por completo”, afirmou o Tenente Matoso do 3 º Grupamento de Bombeiro Militar do Pará.

A assessoria de comunicação da Seduc informou que uma empresa foi contratada para avaliar o estado da escola e já iniciar a reforma a partir de hoje. 

AEROPORTO

No aeroporto Val-de- Cans em Belém a forte chuva da tarde de ontem causou transtorno para quem precisou viajar. As companhias aéreas Gol e Tam tiveram voos com problemas de atraso e, segundo passageiros, até mesmo cancelados. No site da Infraero dos 50 voos operados em Belém, 19 estavam atrasados e um havia sido cancelado.

A supervisora de vendas Ana Maria Sousa aguardava em uma longa fila de espera da Companhia Gol. Segundo ela seu voo, com destino a Macapá, deveria ter saído as 14h20 e ela estaria do aeroporto desde as 13h. “Estamos há muito tempo esperando, mais de quatro horas e ninguém nos dá nenhuma informação. Já deveria estar trabalhando e esse atraso está impactando meus compromissos”, disse a supervisora.

Rafael Nascimento também deveria ter embarcado nesse voo da Gol rumo a Macapá e estava chateado com a espera e falta de informação. “A Agência Nacional de Aviação Civil diz que devemos receber alimentação quando temos duas horas de atraso e até hospedagem quando o atraso é superior a quatro horas e até agora a empresa está nos enrolando. Primeiro diz que o voo sairia às 15h30 e depois disseram que haveria outra remarcação e quando quase completou mais duas horas de espera cancelaram o voo. Estou viajando a trabalho e isso com certeza vai me prejudicar e atrapalhar a minha data de retorno”, lamentou o analista de sistema.

Uma atendente do balcão da companhia Tam disse que voos dessa cia também tiveram atrasos no início da tarde e que um voo para Guarulhos teria sido remarcado. Na fila de espera da loja da companhia o armeno Antônio Freirra estava aborrecido aguardando por informações. “Eu e minha esposa estamos em Belém a passeio e devíamos retornar a São Paulo em um voo que deveria ter saído às 14h30. Já esperei mais de cinco horas e a informação que tenho é que apenas cancelaram. Estamos nesta fila em busca de alguma novidade”, lamentou o armeno.

Segundo a assessoria de comunicação da Infraero a pista principal do aeroporto possui restrições da Anac quanto a pouso e decolagens durante chuvas moderadas ou intensas mas a pista auxiliar pode operar normalmente portanto, a decisão de cancelar ou adiar voos compete as companhias aéreas.