Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 27 de Setembro de 2024

Boeing diz que jato da Malásia não estava sujeito a nova norma de inspeção dos EUA

13/03/2014

A Boeing disse nesta quarta-feira que o desaparecido jato 777, da Malaysia Airlines, não estava sujeito a uma nova diretriz relativa à segurança da aviação nos Estados Unidos, que ordenaram inspeções adicionais para rachaduras e corrosão em aviões 777.

A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) ordenou na semana passada inspeções repetidas adicionais em certas aeronaves Boeing 777, alertando que a corrosão e rachaduras podem provocar rápida descompressão e danos à estrutura da aeronave.

A FAA determinou que as companhias aéreas inspecionassem aeronaves registradas nos EUA para verificação de rachaduras, corrosão e potenciais reparos, depois de receber um relatório sobre uma rachadura de 16 polegadas no revestimento da fuselagem sob um adaptador para a antena de comunicações por satélite do avião.

A Boeing disse que trabalhou em estreita colaboração com a FAA para monitorar a frota quanto a potenciais problemas de segurança e tomar as medidas apropriadas. Mas disse que a aeronave 777-200ER da Malaysia Airlines não tinha essa antena instalada e não estava sujeita à ordem da FAA.

Um porta-voz da FAA também alertou nesta quarta-feira contra o estabelecimento de ligações entre a diretriz, uma das centenas emitidas anualmente pela agência, e o desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines.

"Não há absolutamente nenhuma indicação de que isso teve alguma coisa a ver com o acidente", disse o porta-voz, que também observou que os aviões são construídos com redundâncias no processo de fuselagem e inspeção para que sejam captadas fissuras ou corrosão antes que elas fiquem maiores e causem problemas.

A FAA propôs em setembro pela primeira vez as inspeções extras para 120 aeronaves registradas nos EUA, antes de finalizar a diretriz em fevereiro e publicá-la no Registro Federal dos EUA, em 5 de março. A nova regra entra em vigor 9 de abril.

"Estamos emitindo essa diretriz de aeronavegabilidade para detectar e corrigir rachaduras e corrosão na pele da fuselagem, o que poderia provocar uma rápida descompressão e perda de integridade estrutural do avião", disse a agência na diretriz.

As autoridades de aviação em outros países normalmente seguem o exemplo da FAA na emissão de tais diretrizes, mas não ficou claro se a Malásia já estava adotando a mesma medida.

Pelo menos uma dezena de países, com 42 navios e 39 aviões, estão ajudando a procurar o avião que desapareceu no sábado, menos de uma hora depois de decolar de Kuala Lumpur com 239 pessoas a bordo.