Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 27 de Setembro de 2024

'Reuters': Companhias aéreas temem novo sistema em aeroportos lotados na Copa

24/02/2014

Uma matéria da agência Reuters destaca nesta sexta-feira (21/2) que as companhias aéreas internacionais já demonstram preocupação com possíveis multas que podem atingi-las durante a Copa do Mundo no Brasil, como consequência de atrasos nos voos e extravios de malas nos aeroportos já superlotados. A declaração foi do chefe de uma associação global de companhias aéreas, na quinta (20/2).

A Reuters informa que, a quatro meses "do apito inicial", o aeroporto mais movimentado do Brasil, em São Paulo, ainda corre para finalizar um novo terminal e outros aeroportos estão se preparando com tendas temporárias para receber o fluxo de passageiros. "Isso deixa as companhias aéreas desconfiadas de que elas não vão escapar dos sistemas de manuseio de bagagem não testados e terminais superlotados", afirma a matéria publicada pela agência. E destaca um depoimento de Tony Tyler, presidente da Associação Internacional de Transporte Aéreo, durante a sua visita ao Aeroporto Internacional de São Paulo: "É muito injusto manter as companhias aéreas responsáveis por cada interrupção que acontece, é um problema da infraestrutura".

As preocupações de Tyler demonstram os desafios enfrentados pela indústria de aviação do Brasil durante o torneio, destaca a Reuters. E diz que Tyler tem chamado o evento mundial de "Copa da aviação". A agência informa que as companhias aéreas estão acrescentando centenas de rotas internacionais e cerca de dois mil novos voos domésticos para transportar cerca de 600 mil fãs estrangeiros e milhões de turistas brasileiros entre as dezenas de cidades que receberão os jogos. "No entanto, trabalhar em aeroportos cronicamente superlotados é ainda mais atrasado do que a construção de novos estádios de futebol para o torneio, que têm atraído mais a ira dos organizadores como eles perderam prazos e correr com orçamentos", destaca o texto.

A matéria diz que, dependendo da duração de um voo atrasado, as companhias aéreas no Brasil são responsáveis pela alimentação, transporte e acomodação para os passageiros, independente do que causou o atraso. Nevascas nos Estados Unidos, pelo contrário, podem levar ao cancelamento dos voos sem que as companhias aéreas tenham que pagar as contas. Um único fim de semana tempestuoso em dezembro custou a segunda companhia aérea do Brasil cerca de R$ 5 milhões em multas regulamentares. A escassez de quartos de hotel a preços acessíveis durante a Copa do Mundo, pode tornar o custo de um voo cancelado ainda mais assustador, segundo o que disse Tyler à Reuters.

Reuters noticia que uma delegação da IATA passou a tarde desta quinta-feira (20) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde o trabalho em um novo terminal está em com o cronograma apertado a ponto das companhias aéreas se preocuparem com a falta de tempo para testar o novo sistema de manuseio de bagagem implantando agora, ressaltando que isso é crucial para facilitar as operações. "Eu acho que a bagagem vai ser um desafio", disse Tyler.