Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 27 de Setembro de 2024

Uma semana em Paris é mais viável do que assistir aos jogos da Copa

18/02/2014

Os operários da Arena da Baixada, em Curitiba, trabalharam nas obras do estádio durante toda a madrugada, fazendo os ajustes necessários para a visita do consultor da Fifa, Charles Botta, que deve vistoriar a obra esta manhã. O relatório dele sobre o andamento da obra vai embasar a decisão se Curitiba permanece ou não como sede da Copa, uma vez que o estádio estava com obras atrasadas e com risco de não ficar pronto para o Mundial.

Entre os ajustes, destacam-se a limpeza de detritos, o acabamento de vestiários e espaços de circulação, a instalação do sistema de som e a iluminação. Faltam ainda as construções do entorno, como estacionamento e centro de imprensa. O índice de conclusão da obra no estádio, que é privado e de propriedade do Atlético-PR, ainda é de 90%, o mais baixo entre as arenas da Copa em execução.

De qualquer forma, brasileiros e estrangeiros mobilizam-se para assistir aos jogos que acontecem nas cidades sedes, mas somente terão esse prazer quem garantiu a compra do ingresso ou quem está disposto a investir alto para ver os craques das seleções mundiais balançarem as redes dos estádios com seus gols ‘de placa’. Aliás, em meio aos altos preços, muitos brasileiros estão preferindo viajar para o exterior no período em que se dará a Copa no Brasil.

Alguns pato-branquenses, de acordo a administradora de uma agência de turismo de Pato Branco, Neides Cattani, preferem essa segunda opção. Muitos estão escolhendo sair do país ao invés de pagar caro para ver os jogos.

Neides explicou que a procura tem sido muito baixa e, de acordo com Antônio Klein, proprietário de outra agência, nenhuma operadora está realizando pacotes porque a Fifa não disponibilizou ingressos, além do fato dos preços terem triplicado e não estarem atrativos aos turistas brasileiros.

“Não está havendo procura ou interesse em ir assistir a Copa por parte das pessoas em nossa região. Um ou outro se interessou em ir para São Paulo, na abertura, que será dia 12 de junho, no estádio do Corinthians. Pelo contato que temos com todas as operadoras, a demanda está muito baixa para esse evento por parte dos brasileiros em geral”, revelou Neides, explicando que o motivo real é a dificuldade em se cadastrar e comprar ingressos, passagem aérea e hotelaria, “tudo com preços abusivos. Sem contar com a falta de mão-de-obra especializada em todos os setores da cadeia de serviços que envolvem esse evento”.

A empresária contou que muitos estão preferindo viajar para o exterior, uma vez que uma diária nas capitais, no período da copa, está por volta de R$ 1.000,00 a R$ 1.200,00, em um bom hotel; mais o custo com ingressos, que chegam também a R$ 1.000,00; mais o transporte aéreo que, dependendo da cidade, ficará por R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00; e mais o gasto com alimentação. “Isso significa que não se gastará menos que R$ 5.000,00 a R$ 8.000,00 por pessoa para participar do evento. Na verdade, os vilões da Copa são mesmo as companhias aéreas e o setor de hotelaria”, desabafou.

De acordo com Neides, se comparar com uma viagem ao exterior, a Paris, por exemplo, “de cinco a sete dias, sendo um destino encantador e sonhado por muitas pessoas, onde tudo funciona perfeitamente: trânsito, qualificação das pessoas e uma cultura incomparável à nossa, não gastará nada mais, nada menos, que o mesmo valor que irá gastar para o evento da Copa. Ou seja, passagem aérea a Paris variando entre U$ 2.000,00 e U$ 2.300,00, diária de hotel em torno de U$ 130,00 a U$ 200,00 e alimentação girando em torno de 50 e 80 euros por dia.