Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 27 de Setembro de 2024

Turismo de negócios aumenta

10/02/2014

Falar hoje de turismo em Angola é sobretudo falar de turismo de negócios, uma vertente alicerçada nas relações económicas e empresariais entre países que, no mercado angolano, é alavancada sobretudo por Portugal, China e Brasil. A Travelstore American Express, unidade de negócio do Grupo Travelstore, especialista na apresentação de soluções de viagens de negócios para empresas, organizou na semana passada, em Luanda, o 1.º Salão de Viagens de Negócios.

O encontro juntou players da indústria, como companhias aéreas, hotéis, rent-a-car, empresas de tecnologia. Durante o salão foi também apresentado o 1.º Barómetro das Viagens de Negócio - Angola, estudo que revela as tendências de consumo das empresas sediadas no país.

O timing para a elaboração do estudo pareceu óbvio à Travelstore American Express Angola (TAEA). "O crescimento económico que Angola tem vindo a registar potencia o desenvolvimento do tráfego de negócios. Este é o nosso contributo para a crescente profissionalização do negócio e para colocar Luanda no mapa internacional do turismo de negócios", sublinha Jessica Cunha, directora-geral da TAEA.

Para a realização do barómetro foram inquiridas médias e grandes empresas angolanas a actuar no país e além-fronteiras, bem como empresas estrangeiras com escritório em Angola, em sectores diversos dos serviços à indústria, passando pela energia e tecnologia, entre outros.

Das conclusões destaca-se que a larga maioria das empresas em Angola – 75% – prevê aumentar o volume das viagens de negócios este ano. "A maioria das empresas inquiridas revela também uma crescente preocupação com os custos de viagem, optando, sobretudo, pelo aumento da antecedência das reservas", acrescenta Jessica Cunha. Outras estratégias para reduzir custos passam por renegociar com fornecedores e centralizar as compras numa única agência de viagens. Há ainda quem refira o aumento da utilização de vídeoconferências e apenas 2% indicam que pretendem reduzir o número de viagens.

Segundo a Travelstore, 92% das empresas inquiridas têm implementada uma política de viagens e 54% permitem a utilização da classe executiva apenas a administradores.

Avião com maior fatia do orçamento

Relativamente aos principais destinos do viajante profissional em Angola, à cabeça surge Lisboa (33%), Joanesburgo (26%) e Maputo (7%). A Travelstore analisou ainda a distribuição dos gastos com as viagens de serviço e conclui que a maior fatia do orçamento vai directamente para os bilhetes de avião (56%), seguindo-se hotel (20%), aluguer de carro (7%), vistos (6%) e outros não discriminados (11%).

O processo de reservas na totalidade das empresas inquiridas é centralizado e destas 77% são agências localizadas em Angola e 23% noutros países – sendo que Portugal representa 8%.

Durante o encontro realizou-se um seminário em que se debateram temas como ‘Angola: Destino Turístico’ ou ‘África: Crescimento e Oportunidades para Angola’.

Posição geográfica estratégica

Perante uma plateia de empresários e gestores de empresas de Angola um dos intervenientes no seminário foi Pedro Pinto Coelho, presidente executivo do Standard Bank de Angola. Sobre as oportunidades de Angola no contexto do continente, o gestor sublinhou a "estratégica posição geográfica de um aeroporto em Luanda, melhor localizado do que Joanesburgo, em termos de ponto de partida para voos internacionais". Além de que "hoje, investir em África passa por investir em Angola, que está nos radares mundiais. Qualquer empresa que queira apostar no continente tem de ter Angola no seu portfólio", lembrou Pinto Coelho.

Em debate esteve também a questão do alojamento. Para Pedro Gonçalves, director da TD Hotels, grupo responsável em Angola pelo Hotel Baía, o Hotel Alvalade e o Hotel Trópico (agora fechado para obras de renovação total), "os preços já não atingem os valores exorbitantes que se verificavam há alguns anos".

O responsável reiterou que há uma maior concorrência e relacionou os preços ainda elevados com questões de logística, particularmente fora de Luanda: "A TD Hotels a curto prazo não prevê investir em unidades hoteleiras nas províncias, apesar de algumas estarem carenciadas de alojamento".

As dificuldades de acesso, de compras e de formação justificam a opção do grupo. A aposta está a ser na formação e na melhoria do serviço de alojamento. "Temos um centro de desenvolvimento profissional com um quarto de hotel protótipo e uma mini-cozinha, onde é possível fazer formação e acompanhamento diário aos colaboradores. É esse o factor diferenciador em qualquer mercado e é esse o caminho a seguir", concluiu o gestor.