Ryanair passa para prejuízos depois de ter reduzido preços de bilhete
No período em que começou a operar voos a partir de Lisboa, a Ryanair deslizou para prejuízos. A companhia aérea “ultra low cost” manteve, contudo, as previsões de lucro para todo o seu ano fiscal.
A empresa com sede na Irlanda registou um prejuízo de 35,2 milhões de euros entre Setembro e Dezembro do ano passado, o seu terceiro trimestre fiscal. O valor representa uma forte descida face ao lucro de 18,1 milhões alcançado no mesmo período de 2012. Os analistas consultados pela agência Bloomberg apontavam para um resultado líquido negativo de 32 milhões de euros.
“O nosso prejuízo de 35 milhões de euros no terceiro trimestre está em linha com as anteriores expectativas e deve-se inteiramente a uma descida de 9% nos preços médios [de bilhetes] e a uma libra esterlina mais fraca”, justifica o presidente executivo da companhia aérea Michael O’Leary, no comunicado publicado esta segunda-feira, 3 de Fevereiro. Este é o primeiro prejuízo trimestral desde 2010, segundo o “Telegraph”.
Para responder a um ambiente mais competitivo na indústria aérea, com a concorrência da Vueling, easyJet ou Norwegian, a Ryanair apostou na queda dos preços e em promoções que permitiram um aumento de 6% do número de passageiros para um total de 18,3 milhões. As receitas deslizaram ligeiramente de 969 milhões de euros, no final de 2012, para 964 milhões, no final do ano passado.
Segundo aponta no comunicado, a expectativa da companhia que voa em Portugal a partir de Porto, Faro e Lisboa é que consiga controlar os custos no quarto trimestre tal como fez no terceiro, em que marcou uma diminuição de 9%, excluindo custos com combustíveis.
Além disso, as marcações para os três primeiros meses de 2014, que correspondem ao quarto trimestre fiscal da Ryanair, estão acima do ano passado (embora com retornos mais baixos). É nesse sentido que a companhia fundada em 1985 se mantém “confiante” de que “o lucro líquido para o ano termine entre 500 e 520 milhões de euros, como previamente antecipado”.
Esta notícia, juntamente com o anúncio de que vai melhorar o site, para retirar complexidade da compra de bilhetes e para que sejam mais facilmente encontradas as promoções, estão a levar as acções da Ryanair para uma forte subida na bolsa de Dublin. A valorização é de 4,06% para 6,569 euros.
Presente em Portugal com voos a partir de e para Porto e Faro, a empresa, que emprega cerca de 9.000 funcionários, começou a sua actividade em Lisboa no final do ano passado.
A 2 de Abril, como relembra a companhia aérea no comunicado, Lisboa passará a ser uma base aérea. O investimento global anunciado para essa operação será de de 66 milhões de euros. Além da capital portuguesa, a Primavera de 2014 será a data para iniciar novas bases em Bruxelas (Zaventem), 28 de Fevereiro, Atenas e Tesalónica, na Grécia, 1 de Abril.
“Esperamos que estas novas bases possam dar substanciais oportunidades de crescimento para a Ryanair”, indica a empresa no comunicado de 3 de Fevereiro.
No caso da capital portuguesa, a companhia liderada por O'Leary espera operar 124 voos semanais, segundo anunciado a 23 de Janeiro, transportando 900 mil passageiros ao ano. Foi estimada a criação de cerca de 900 postos de trabalho directos e indirectos.
