Apesar de terem recuado ao longo dos últimos anos, os preços das passagens aéreas ainda são um grande empecilho para os brasileiros que desejam ou precisam viajar. Por conta disso, um mercado que vem ganhando espaço é o de milhas, que são créditos que podem ser trocados por bilhetes. O problema é que muita gente ainda não sabe a melhor forma de aproveitar esse benefício, que acaba desperdiçado. Para se ter uma ideia, segundo um relatório do Banco Central (BC), aproximadamente 100 bilhões de pontos de milhagem são perdidos anualmente no País.

Atualmente, o País possui diversos programas de acúmulo de pontos de milhagem, mas os que são voltados para a emissão de bilhetes aéreos possuem maior popularidade e interesse dos consumidores FOTO: KID JÚNIOR

"Diversas pessoas nem sabem que possuem as milhas, que muitas vezes são obtidas através do uso do cartão de crédito. Outras conhecem o benefício, mas não têm tempo de usá-lo, deixando assim o crédito expirar. Se levarmos em conta o preço médio das milhas atualmente, é como se os brasileiros jogassem R$ 4 bilhões no lixo por ano", afirma Max Oliveira, idealizador do portal MaxMilhas, que faz o intermédio para a emissão de passagens aéreas por meio da compra e venda de milhas. "Não é possível transferir os pontos de milhagem para outras pessoas, mas sim emitir um bilhete em outro nome. Trata-se de mercado em ascensão", explica Oliveira.

De acordo com o idealizador do MaxMilhas, Fortaleza, juntamente com Manaus e São Paulo, são as cidades com o maior número de pessoas a procura de milhas para viajar. Segundo ele, isso ocorre por conta dos elevados valores das passagens a partir destas cidades. "As três capitais respondem por mais de 25% do volume do site", comenta.

Economizando

O principal benefício do uso das milhas é, sem dúvida, a economia. Segundo Max Oliveira, o preço médio de 10 mil milhas, por exemplo, é de R$ 300. "Com essa quantidade de pontos é possível fazer trechos que custariam, no caso da compra tradicional de passagem, cerca de R$ 1 mil", explica. Ele alerta, no entanto, que é preciso ficar atento ao período da viagem, tendo em vista que em alta estação as companhias sobem as exigências.

"Dependendo da época, as companhias aéreas exigem até 30 mil milhas por um único trecho. Nesses casos, pode não valer a pena utilizá-las", diz Max.

Para não expirar

A melhor forma das pessoas não perderem suas milhas é prestando muita atenção no prazo que as companhias dão para a utilização do benefício. Normalmente, esse período é de dois anos. "É possível checar no site das operadoras de voos e de carão de crédito, além dos telefones gratuitos dessas empresas", diz Oliveira.

Segundo o BC, só em 2010 os brasileiros deixaram de resgatar 101,3 bilhões dos 591,2 bilhões de pontos gerados nos programas de relacionamento dos cartões de crédito, 17% do total.