Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quarta, 25 de Setembro de 2024

Governo confia em bom senso de empresas aéreas contra preços abusivos na Copa

06/12/2013

A possibilidade de disparada de preços de passagens aéreas durante a Copa do Mundo até agora não criou alertas de abusos das companhias aéreas para o governo. Em entrevista na Costa do Sauípe, onde a Fifa organizou na quarta-feira uma série de entrevistas sobre a organização para o Mundial, o secretário-executivo da Aviação Civil da Presidência da República, Guilherme Ramalho, disse que existe o pedido de bom senso para as companhias aéreas, mas até agora não foram registrados abusos.

"No Brasil não há tabelamento de passagens aéreas. Não há no momento e acreditamos que haverá um aumento dentro do esperado, como acontece em um período com fortes demandas. Estamos em esforço para redimensionamento mais próximo da demanda. Nós trabalhamos pedindo razoabilidade. E acho que tem ocorrido. Os preços em geral estão muito alinhados com a alta temporada", explicou o secretário.

A disparada nas passagens veio à tona em outubro com uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo que relatava preços entre São Paulo e Rio de Janeiro mais altos do que trechos para o exterior para o dia do final da Copa. A TAM baixou o preço no dia seguinte.

Também presente na mesa, o secretário nacional de Políticas de Turismo Viniciús Lummertz classificou o caso como esporádico e disse não acreditar na prática nos próximos meses. "Há sempre um desejo de nossa parte que a Copa seja mais importante do que o lucro de curto prazo. Se você abrir hoje, verá preços dentro do esperado", disse.

Na noite de quarta, na mesma companhia, os preços de ida no sábado e volta na segunda-feira seguinte à decisão tinha passagens de até $ 990 o trecho, com uma promoção de R$ 835 (dois trechos) via Viracopos. Para a mesma rota, com ida no sábado e volta na terça de Carnaval, há promoções até R$ 490 ida e volta, com o trecho mais caro também a R$ 990. 

 

Segundo Guilherme Ramalho, a expectativa é de que, com a abertura de novos lotes de passagens, os preços se estabilizem. No dia 21 de dezembro, a Anac vai apresentar um plano para a malha aérea durante a Copa do Mundo de acordo com o chaveamento definido na próxima sexta-feira, na Costa do Sauípe.

Com o sistema de livre flutuação, o governo não tem poder de intervenção nos preços das passagens. Dentro disso, Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) surge comomeio de denúncias para abusos. "Preço de passagem aérea é uma variável em um setor de preços livres. Você tem uma flutuação. Temos é que evitar o abuso", finalizou Guilherme Ramalho.

Preço real em baixa

O secretário ainda disse que os preços das passagens no Brasil, em média, caíram em termos reais. "O que mais tem sido caro tem sido o de ultima hora. Caiu 43% em termos desde 2011", afirmou Guilherme, que apontou um crescimento de 300% neste mesmo período no movimento de pessoas no sistema aéreo brasileiro.

A definição das chaves terá grande importância no plano final aéreo, que será anunciado no dia 21 de dezembro. O fluxo de delegações e torcedores varia de seleção para seleção, o que provocará alterações na malha aérea durante o período da Copa. Novas rotas, como Cuiabá/Manaus, devem ser criadas.

"Uma partida da Argentina no Rio Grande do Sul, por exemplo, teria um impacto maior do que outra seleção atuando lá", afirmou o secretário nacional de Políticas de Turismo, Viniciús Lummertz, que lembrou que as classificações de México, Uruguai e Portugal na repescagem já aumentaram a previsão de público.