Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quarta, 25 de Setembro de 2024

Malha aérea para atender Copa será definida em janeiro

01/11/2013
Quem viajar de avião durante a Copa de 2014 deve se prevenir para prováveis reajustes nas tarifas e mudanças nas rotas e nos horários de voos. Governo, empresas e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acertaram nesta quinta-feira medidas para que o transporte aéreo funcione e os passageiros não fiquem à mercê de aumentos abusivos. Convém ficar atento, são apenas promessas.
 
Depois do encontro no Ministério da Justiça, em Brasília, finalizado às 19h, o diretor da Anac, Marcelo Guaranys, informou que menos de 0,1% dos bilhetes oferecidos para o período do Mundial foram vendidos até agora. A afirmação contrasta com relatos de agentes de viagens, que só estão encontrando tarifas cheias, aquelas sem descontos. Levantamento de ZH, publicado em 16 de outubro, mostrou que os preços ficaram seis vezes mais caros. Depois das notícias, houve recuo nos reajustes.
 
Diante do ensaio de aumentos generalizados, a presidente Dilma Rousseff determinou a formação de um comitê para monitorar as tarifas durante a Copa. A primeira reunião ocorreu nesta quinta, quando foram assumidos três compromissos. A primeira medida é que a Anac fiscalizará os preços. A segunda meta deverá alterar a rotina nos aeroportos. As empresas devem apresentar, 15 dias após o sorteio das chaves da Copa, que acontecerá em 6 de dezembro, os pedidos de mudanças na malha aérea para o evento. O terceiro acordo é que haverá um aviso no site das companhias, nos próximos dias, sobre as alterações.
 
Preços sobem, conclui Anac
 
Guaranys disse que, a partir de janeiro, com a malha aérea definida, será possível delinear a oferta de voos e a planilha de preços. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, observou que a temporada da Copa deverá registrar uma redução no número de passageiros habituais (os de negócios e eventos), o que também poderá influenciar nas tarifas.
 
– O compromisso das empresas aéreas é atender toda a demanda da Copa com qualidade – prometeu Sanovicz.
 
Além da Abear, os representantes das quatro maiores companhias de aviação do Brasil – Tam, Gol, Azul e Avianca – concordaram com os três compromissos.
 
Pelo governo, o fiador foi o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mais a Anac. Também participou o presidente da Embratur, Flávio Dino.
 
O pacto anunciado na reunião de ontem está mais no terreno das promessas, dependerá da boa vontade das companhias. Desde 2002, os preços das passagens deixaram de ser tabelados, são estipulados livremente. Como atuam sem restrições, tendem a cobrar mais na época de maior lotação das aeronaves.
 
A questão é delicada. No governo, há duas correntes em relação ao preço das passagens aéreas. O Dino, da Embratur, lidera um movimento para controlar os valores. Sustenta que as companhias abusam dos aumentos nos momentos em que os passageiros mais necessitam voar, além de impor preços elevados a regiões remotas do país.
 
Na contramão, Guaranys, da Anac, afina-se com o desejo dos empresários ao defender a manutenção da liberdade tarifária. A justificativa é de que levou à redução das tarifas ao longo da última década e possibilitou que mais gente viajasse. Pelos cálculos da Anac, o preço vinha caindo no Brasil, até 2011. A partir do ano passado, recomeçaram a subir e estão sob forte alta nos últimos meses, embalados, em parte, pela badalação em torno do Mundial.
 
Os compromissos
 
1 A Anac vai monitorar os preços no período da Copa do Mundo
 
2 As empresas vão apresentar pedidos de mudanças na malha aérea até 15 dias depois do sorteio das chaves da Copa, que está marcado para 6 de dezembro
 
3 No site das empresas, haverá um texto nos próximos dias alertando que a malha aérea vai mudar no período