CEO da LATAM ressalta os impactos dos problemas em motores, que continuam mantendo aviões parados
Roberto Alvo, CEO do LATAM Airlines Group e presidente da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), fez um novo apelo aos fabricantes de motores para acelerar a busca por soluções aos problemas de durabilidade que têm afetado o setor aéreo.
Durante a coletiva de imprensa de abertura do evento Assembleia Geral Anual e Fórum de Líderes de Empresas Aéreas (ALTA AGM & Airline Leaders Forum), que está sendo realizado em Lima, Peru, com a participação do AEROIN, Alvo destacou a gravidade da situação, que mantém centenas de aeronaves fora de operação.
“É uma realidade que enfrentamos em todas as frotas e, em alguns casos, ainda há desafios significativos de durabilidade dos motores”, afirmou. O executivo estimou que cerca de 600 aeronaves estão atualmente em solo em todo o mundo devido a essas falhas, um impacto relevante em um momento de recuperação pós-pandemia e de crescimento positivo nas projeções do setor, informou o Aviacionline.
O problema afeta principalmente as famílias de motores que equipam o Airbus A320neo, o Boeing 737 e os Embraer E-Jets E2, além de outras aeronaves de longo alcance. A limitação de operação tem restringido a capacidade das companhias aéreas de atender à crescente demanda de passageiros, gerando frustração entre as empresas que veem seus investimentos multimilionários parados.
Elogiando os esforços já feitos pelos fabricantes, mas reforçando a necessidade de medidas mais enérgicas, Alvo disse: “Isso acaba sendo uma questão importante. É uma boa oportunidade para pedir esforços intensificados. Precisamos maximizar os investimentos significativos feitos pelas companhias aéreas e manter esses aviões no ar.”
Motores GTF no centro da crise
Embora o executivo tenha se referido a um problema generalizado, no caso da LATAM o foco está nos motores Pratt & Whitney PW1100G-JM, conhecidos como GTF (Geared Turbofan), que equipam parte da frota da família A320neo, além dos modelos A220 e E190-E2 em outras companhias.
Segundo dados do Cirium Fleet Analyzer, o grupo LATAM tem atualmente 14 aeronaves A320neo e 2 A321neo armazenadas. No entanto, não foi possível confirmar se todos os casos estão diretamente relacionados a falhas nos motores.
Defeitos de fabricação associados à presença de poeira metálica levaram a Pratt & Whitney e autoridades aeronáuticas a emitir diretrizes para inspeções adicionais, resultando na retirada temporária de centenas de aeronaves de serviço.
A situação impõe grande pressão sobre a cadeia de suprimentos e as oficinas de MRO (Manutenção, Reparo e Operações), que enfrentam dificuldades para lidar com o volume de motores que necessitam de revisão.
Alvo encerrou seus comentários destacando que o problema “é conhecido no setor e já há progresso”, mas reconheceu que uma solução definitiva ainda não está próxima. Até lá, as companhias aéreas continuarão enfrentando escassez de aeronaves disponíveis nos próximos meses.