Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 24 de Setembro de 2024

Brasileira é barrada em voo para a Indonésia após piada de pai sobre terrorismo

27/08/2013
Uma mulher recém-formada em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo (UPS) foi impedida de embarcar em um voo internacional neste domingo (25), após uma piada feita pelo seu pai no aeroporto de Cumbica, em São Paulo. Thaís Buratto da Silva, de 24 anos, iria viajar pela Qatar Airways com destino a Bali, na Indonésia, e já havia respondido o questionário anterior ao check-in quando seu pai, Renato Camargo da Silva, 55, economista, disse em tom de brincadeira: "que bom que não acharam que você era terrorista".
 
A piada, contudo, não foi bem aceita pelos funcionários da companhia aérea, que retiraram os dois da fila e decidiram que a jovem não poderia mais embarcar no voo. O motivo? A referência ao terrorismo feita por Renato. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o economista comenta que achou a medida desproporcional: "Eu não entendi a reação, foi completamente despropositada".
 
Thaís afirma que tentou explicar o comentário do pai e diz que se dispôs a ter toda a bagagem revistada ou mesmo a viajar apenas com os documentos, mas ainda assim foi impedida. Ela participaria do 6º Congresso anual "Parceria dos Serviços Ecossistêmicos" e as passagens, que custaram R$ 6.030 foram pagas pela USP.
 
"Ainda não acredito no que aconteceu", comenta a jovem, "É inexplicável, foi claramente uma piada". Ela informa ainda que a empresa ainda reteve o seu passaporte para fotografá-lo, sem explicar os motivos. 
 
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que é "permitido aos operadores aéreos a aplicação de medidas adicionais de segurança". Segundo a agência, em casos não previstos pelos regulamentos do órgão, as empresas aéreas devem apresentar seu programa de segurança para ser aprovado. “Em geral, as empresas estrangeiras aplicam, na etapa do check-in, uma medida adicional de segurança denominada “Profile” ou “Entrevista do Passageiro”, cujo procedimento consiste na realização de questionamentos específicos definidos pela empresa, em busca de informações que possam indicar uma possível ameaça à segurança da aviação por meio de atos de interferência ilícita, como terrorismo”, diz a nota.
 
A Anac diz, contudo, que só irá se posicionar sobre o caso de Thaís após a devida apuração e depois de receber relatórios da Qatar Airways, da Polícia Federal ou mesmo da passageira. Já a companhia aérea afirma que impediu a jovem de embarcar por motivos de segurança. Também em nota, eles informaram que os seguiram funcionários seguiram a política de segurança da empresa "na qual a tolerância é zero".