Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 24 de Setembro de 2024

Turbulência no câmbio afeta negócios

27/06/2013
A alta do dólar vem atingindo negócios em vários setores. Quem importa insumos, máquinas e equipamentos já está pagando mais caro. A fruticultura é uma das atividades que vêm sentido o impacto. 
 
Luiz Roberto Barcelos, diretor comercial da Agrícola Famosa, maior exportadora de frutas frescas do Brasil e maior produtora de melão do mundo, diz que, em função da alta, desembolsará até R$ 3 milhões até agosto, para comprar a mesma quantidade de insumos para a próxima safra. Produtos como defensivos agrícolas, segundo o empresário, estão entre 10% e 15% mais caros. 
 
Os efeitos não estão, porém, restritos ao campo. A companhia aérea GOL anunciou que vai cortar 200 voos semanais a partir de agosto, principalmente rotas dentro do Brasil. A estratégia faz parte do ajuste da empresa à alta do dólar, afirmou seu presidente Paulo Sérgio Kakinoff.
 
A GOL tem 950 voos diários, incluindo rotas nacionais e internacionais, e um total de 6,650 mil voos por semana. 
 
A companhia tem cerca de 55% de seus custos operacionais atrelados ao dólar, principalmente combustíveis (43%), que são precificados na moeda norte-americana, além das despesas com leasing. Por isso, a necessidade de ajustes a um novo cenário. Na média internacional, o combustível de aviação responde por 33% dos custos.
 
Conforme o executivo, só a alta do dólar vai custar R$ 900 milhões às empresas aéreas brasileiras este ano, se a moeda norte-americana ficar na casa dos R$ 2,25 este ano.
 
Procurada pela TRIBUNA DO NORTE, a GOL não informou que áreas do país perderão voos nem os critérios que usou para fazer os cortes - se eles atingem os aeroportos de menor movimento, por exemplo. A companhia não respondeu também quantos voos opera no Rio Grande do Norte, se haverá redução no estado e se os cortes poderão ser revistos com uma possível alta do dólar. 
 
Por meio da assessoria de imprensa, disse apenas que iria se ater à nota divulgada pelo setor de Relações com Investidores (RI). A nota não esclarece essas questões. Apenas informa que haverá redução de cerca de 9% na oferta doméstica para o ano de 2013, em comparação com o mesmo período de 2012.