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Domingo, 29 de dezembro de 2024

'Casa da Mulher alivia outras unidades'

14/12/2019

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Primeiro centro de saúde municipal destinado, especificamente, ao público feminino, a Casa da Mulher, em Bauru, promete desafogar outras unidades da cidade, conforme aponta o prefeito Clodoaldo Gazzetta. Na manhã desta sexta-feira (13), ele participou da inauguração oficial do órgão, que reuniu dezenas de entidades ligadas ao tema.

De acordo com o chefe do Executivo, alguns municípios da região, como Jaú e Pederneiras, também abrigam este tipo de instituição, que funciona como um complemento às ações já implementadas pelo poder público.

Para Gazzetta, a Casa da Mulher deverá diminuir a demanda das demais unidades. "Às vezes, as pacientes esperavam cerca de sete meses para fazer exames complementares. O órgão chegou para reduzir as filas em todos os núcleos de saúde municipais", argumenta.

Titular da Secretaria Municipal de Saúde, José Eduardo Fogolin Passos chegou a se emocionar no decorrer da solenidade de inauguração ao se referir ao cuidado diferenciado à saúde da mulher no município e ao esforço coletivo para tornar a Casa da Mulher uma realidade. Na ocasião, ele exaltou o atendimento integral promovido pelo centro, especialmente, aquele prestado pelo Ambulatório de Mulheres em Situação de Violência.

Ainda segundo Fogolin, até então, as vítimas peregrinavam entre a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), o Instituto Médico Legal (IML) e as unidades de saúde. "A Casa da Mulher reúne muitos serviços em um só lugar. Semanalmente, o Projeto OAB por Elas dá orientações jurídicas às interessadas", destaca.

Chefe da Casa da Mulher, a assistente social Cristiane Carlos Silva conta que o órgão começou a funcionar, de forma gradual, em maio de 2018. "Alguns serviços, como o Ambulatório de Gestação de Alto Risco, o Ambulatório de Planejamento Familiar e a cirurgia ginecológica, ficavam em outros endereços", reforça.

Para se ter ideia, de janeiro a novembro deste ano, a Casa da Mulher já fez 19.095 atendimentos e procedimentos.

De acordo com ela, a instituição também traz novos serviços: endocrinologia para gestantes de alto risco, nutrição para gestantes de alto risco e atendimento às mulheres em situação de violência.

Para acessar qualquer uma das opções, basta procurar pela Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, exceto em casos de vítimas de violência, que têm porta aberta.

PRESTÍGIO

A inauguração da Casa da Mulher foi bastante prestigiada, afinal, reuniu diversas entidades: Câmara de Vereadores, Sebes, Seplan, Saúde, Sear, Obras, Chefia de Gabinete, polícias Civil e Militar, OAB, MP, Anexo de Violência contra a Mulher, APM, Amigas do Peito, Conselho Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Conselho Municipal de Direitos Humanos, conselhos gestores de várias unidades de saúde, entre outros.

O médico e ex-deputado estadual, Pedro Tobias, também esteve no local. Ele defende o atendimento ambulatorial. "Pretendo sugerir ao Gazzetta que o órgão faça punção, biópsia e outros exames disgnósticos, prestando um atendimento completo", finaliza.

SERVIÇO

A Casa da Mulher está localizada na avenida Nações Unidas, 27-28, em Bauru. O complexo funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

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Primeira mesa ginecológica inclusiva

Às usuárias com deficiência ou mobilidade reduzida, a Casa da Mulher oferece estrutura para atendimento inclusivo, com a primeira mesa ginecológica acessível do município. A aposentada Ariani Queiroz Sá, de 57 anos, que é cadeirante, elogia o serviço.

Segundo ela, os postos de saúde abrigam cadeiras ginecológicas comuns, que medem cerca de 1,20 metro de altura. "Não dava para subir. Então, eu tinha de ser colocada, fato que me causava muito constrangimento", relata.

Ainda de acordo com Ariani, tal conquista só se tornou possível graças à luta do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comude), o qual chegou a presidir, no ano de 2016. "Na época, solicitamos ao então secretário de Saúde, Fernando Monti, um equipamento para cada posto", lembra.

Consultora de Marketing Digital, Eliana Fassina, de 46 anos, também não anda. "Já enfrentei dificuldade até para fazer uma panorâmica. Agora, tendo um aparelho adaptado, considero que conquistamos uma grande vitória", completa.